Dia-a-dia

Robôs são rotina para mecatrônico

Lourdes Silva

 

Com conhecimento de mecânica, eletrônica e computação, o engenheiro mecatrônico tem uma rotina voltada aos processos de automação industrial e robótica. Um caso exemplar de profissional com esse perfil é Walter de Britto Vidal Filho, que atua como pesquisador, consultor e professor.

Engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal de Pernambuco em 1995 e mestre na área de automação industrial pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1997, ele concluiu em 2003 o doutorado em Engenharia Mecatrônica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Fruto dessa última etapa, com financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), é o robô RC-1, em fase de teste na Divisão de Bioengenharia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo. É nada menos que o primeiro robô cirúrgico da América Latina e auxiliará os médicos durante as laparoscopias. O cirurgião verá em um monitor o que ocorre internamente e monitorará o equipamento com um joystick. “O único país a comercializar esse tipo de robô são os EUA; na Europa e no Japão similares ainda estão sendo testados”, informou Vidal Filho. Embora já esteja sendo avaliado no HC, o RC-1 deve ainda ser aprimorado e será tema do pós-doutorado do engenheiro.

Ele tem ainda outros projetos, feitos por intermédio da MWA Comércio e Serviços, empresa de consultoria incubada no Cietec (Centro Incubador de Empresas Tecnológicas), da qual é um dos sócios. Um robô de inspeção de linhas de transmissão de energia foi testado no XI Congresso e Exposição Internacional de Automação Industrial, realizado em São Paulo de 10 a 13 de maio, e na subestação de Bauru da CTEEP (Companhia de Transmissão Paulista). Encomendado pela empresa, por intermédio da FDTE (Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia), tem uma câmera digital que capta imagem dos cabos condutores de energia e verifica se há algum fio danificado, podendo impedir cortes de luz devido a problemas desse tipo. Há ainda o robô que pinta células combustíveis a hidrogênio (que geram, a base de oxigênio e hidrogênio, energia elétrica para substituir baterias convencionais), evitando desperdício de tinta.

A consultoria, além do desenvolvimento de projetos, demanda atividades comerciais. Atualmente, está em fase de negociação uma máquina para cortar materiais flexíveis, como tecido e plástico. Nesse campo, conta Vidal Filho, em primeiro lugar é preciso compreender a necessidade do cliente. Após esse diagnóstico e fechado o contrato, são feitos os projetos mecânico, eletrônico e computacional, “as áreas básicas do ambiente da mecatrônica”, explica.

Para completar a rotina, ele leciona na Universidade Ibirapuera, no curso de Tecnologia de Processamento de Dados e de Tecnologia em Informação.

 

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