Informática Software livre garante independência e economia aos brasileiros Soraya Misleh |
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Liberdade de escolha, redução de custos e sustentabilidade no processo de inclusão digital. Esses são alguns motivos apontados por especialistas para que o Brasil opte pela utilização de softwares livres em lugar dos proprietários, como Windows e MS Office. A mudança propiciará ao País poupar US$ 1 bilhão em royalties – esse foi o montante enviado aos Estados Unidos para o pagamento de licenças, no ano de 2002, conforme apontou Cesar Brod, vice-presidente da Solis, cooperativa de soluções livres. E assim, possibilitará a ampliação do acesso à tecnologia à população brasileira – segundo o Mapa da Exclusão Digital no Brasil, publicado em 2002 pela Fundação Getúlio Vargas, apenas 12,46% dos cidadãos têm microcomputador em casa, dos quais somente 8,31% estão ligados à Internet. A substituição gradual de softwares proprietários por livres na administração pública é política do Governo Federal, cuja meta para este ano é iniciar a migração de sistemas em cinco ministérios. Defensor dessa medida, Sérgio Amadeu da Silveira, presidente do ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação), justifica-a: “Adotar soluções proprietárias poderia onerar e até mesmo inviabilizar esse tipo de projeto (inclusão digital).” Brod lembra que um sistema proprietário para servidor sai por R$ 2 mil enquanto um aberto fica em R$ 225,00, podendo ainda ser baixado pela web sem custo algum. Amadeu acrescenta: “O software livre também tem como característica o aproveitamento do hardware, podendo ser utilizado em equipamentos considerados obsoletos. Os recursos economizados podem ser investidos no desenvolvimento da indústria tecnológica nacional.” Seus argumentos incluem ainda maior segurança. Por serem programas com código aberto – ou seja, possibilitam aos usuários sua cópia, execução, distribuição, estudo, modificação e melhoria, diferentemente das soluções proprietárias, que são como uma intocável caixa preta –, os softwares livres permitem auditabilidade plena. “Possibilitam a retirada de rotinas duvidosas.” E ainda, propiciam disseminação do conhecimento e independência ao País, que “passa de mero consumidor de tecnologias de informação e comunicação a desenvolvedor de soluções”.
As
soluções abertas vêm ganhando espaço também
em outros municípios. Campinas é um deles, como conta Luiz
Carlos Marasco, diretor técnico da IMA (Informática de Municípios
Associados) da cidade, por orientação política da
atual gestão. Entre os produtos desenvolvidos pela companhia, ele
destaca um software livre com visualizador de imagem de documentos, em
uso na Secretaria de Finanças, que representou economia da ordem
de R$ 500 mil. Além da redução de custos, que podem
ser revertidos à capacitação de pessoal, maior funcionalidade
à população e otimização de recursos
públicos, outra vantagem é a possibilidade de permutas entre
as administrações públicas. Ele exemplifica: “Vamos
trocar com a Empresa Pública de Recife o software livre visualizador
de imagens por um gerenciador de conteúdos de páginas da
Internet que ela dispõe. Estamos construindo acordo com o Serviço
de Processamento de Dados do Governo Federal também com esse objetivo.” |
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