Opinião História em defesa da categoria e inserção social Esdras
Magalhães dos Santos Filho |
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Iniciei minha participação no SEESP em 1984. São 20 dos 70 anos de história do sindicato. Fazendo um balanço desse tempo de militância, ressalto as seguintes conquistas: a consolidação do sindicato através das campanhas salariais em todos os setores econômicos, sua interiorização através das delegacias sindicais, eleição de delegados sindicais nas empresas, criação de fóruns garantidores da democracia interna (diretoria plena, conselho de representantes) e participação ativa nos momentos importantes da vida do País (Diretas Já, Constituição de 1988, Movimento pela Ética na Política). Várias têm sido as ações pioneiras do SEESP voltadas à valorização profissional, mercado de trabalho e questões sociais.Foi a primeira entidade sindical a dar uma resposta ao problema da assistência técnica à população de baixa renda, com o Promore (Programa de Moradia Econômica), em 1988, culminando com a luta vitoriosa pela inserção, nos estatutos das cidades, da obrigatoriedade dos municípios de promover a universalização da assistência técnica. Esse programa,
já implantado em sete municípios, acaba de ser implementado
na Cidade de São Paulo, em convênio com a Prefeitura, ampliando
as oportunidades de renda para os profissionais autônomos e servindo
de ação exemplar para outros municípios. Foi a primeira entidade a lançar um plano de complementação de aposentadoria para a sua categoria, o SEESPPrev, em convênio com o Banco do Brasil, e implantar um programa de fomento ao empreendedorismo, o “Programa Engenheiro Empreendedor”. Desafios – Tudo isso tem feito do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo uma referência para a sociedade e um modelo ímpar para o sindicalismo de camadas médias. A criação da CBP (Central Brasileira de Profissionais) é um reflexo dessa experiência e sua implantação gera novas perspectivas para esse sindicalismo, cujas propostas de ação estão vinculadas à responsabilidade social dessas profissões. Se por um lado houve conquistas, por outro temos que reconhecer que ainda há muito que fazer. A nossa categoria profissional foi a que mais sofreu com o desemprego: aproximadamente 30% dos profissionais com diploma estão desempregados ou subempregados, com perda em torno de 30% de seu poder aquisitivo e pagando a conta através da carga tributária mais alta do mundo, cujo retorno é duvidoso (segurança pública zero, previdência zero, assistência à saúde zero, educação zero, crescimento econômico sustentado com geração de emprego e renda zero). O que coloco para reflexão ao comemorarmos 70 anos é a necessidade de darmos respostas a essas questões. A meu ver, o futuro das entidades está relacionado à sua capacidade de respondê-las. Esdras Magalhães dos Santos Filho é diretor do SEESP, tendo sido seu presidente no período 1992-95. Inaugura com esse artigo uma série assinada por ex-dirigentes em comemoração aos 70 anos do sindicato, que se completam em 21 de setembro próximo. |
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