Opinião

Renovação garante fortalecimento

Antonio Octaviano

 

No final dos anos 70, agora do século passado, o extenso segmento dos engenheiros paulistas, como parte integrante do movimento social e tecnológico do Estado, sentiu a necessidade e a importância de contagiar o SEESP com o vírus da sua participação.

Era uma época em que a sociedade brasileira explicitava, nas mais variadas formas, sua intenção de ver restabelecida a normalidade democrática da vida nacional e o seu desejo de que fosse superado o período de exceção aberto em 1964. Discutiam-se as eleições diretas para a presidência da Republica, a realização de uma Assembléia Nacional Constituinte, o estabelecimento de uma política cientifica e tecnológica que permitisse o desenvolvimento autêntico e sustentável do País, entre tantos outros temas que interessavam ao conjunto dos cidadãos.

Em São Paulo, várias eram as entidades que congregavam profissionais da área de engenharia, todas elas, de uma forma ou de outra, já refletindo essa nova situação. Tratava-se, portanto, de incorporar o SEESP ao grande caudal de participação e mudança que então se avolumava.

No biênio 1978/79, constituiu-se o Movimento de Oposição e Renovação, integrado por engenheiros paulistas, com a finalidade de buscar um novo estilo de atuação para o sindicato. O que se pretendia para essa entidade era uma forma de ação que abrisse caminho para a manifestação dos profissionais nas suas mais variadas formas de inserção socioeconômica, como consultor, empregado, autônomo ou gestor de empresas.

A lógica que animava o movimento era a crença de que era necessário unir os engenheiros para que eles pudessem ter voz e peso no cenário paulista. Nessa idéia, estava contemplada a preocupação em ver reconhecida a enorme importância que tais profissionais têm na construção das riquezas do nosso Estado. O que se pretendia então era estabelecer uma justa correspondência entre o papel e a responsabilidade desempenhados por eles nos mais variados campos e os resultados concretos derivados das suas atividades. Em outras palavras, queríamos, e continuamos querendo, que se perceba que onde há desenvolvimento, progresso e inovação, há o trabalho da categoria e a ação da engenharia.

 

Ação certeira – Ao empolgar os engenheiros paulistas, o Movimento de Oposição e Renovação tornou-se vitorioso, com reflexos até os dias de hoje. Tantas foram as transformações por ele desencadeadas que o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo tornou-se a maior entidade sindical de profissionais liberais do Brasil. Em síntese, podemos afirmar que, ao se renovar, o Sindicato, fundado que foi em 1934 para possibilitar a representação dos engenheiros na Assembléia Constituinte daquele ano, promoveu os ajustes que lhe permitiram capacitar-se para enfrentar os desafios postos pela nova realidade que se avizinhava.

Um dos fatores, a meu ver, que mais contribuíram para o sucesso desta longa trajetória de conquistas empreendidas pelo SEESP é a sua permanente capacidade de se renovar, de acolher em seu interior de maneira indistinta os engenheiros paulistas e de se sintonizar com as mudanças e transformações que ocorrem, cotidiana e permanentemente, no campo da engenharia e na vida dos profissionais.

 

Antonio Octaviano é diretor do SEESP, tendo sido seu presidente na gestão 1983-86. Este artigo integra uma série em comemoração aos 70 anos do sindicato, que se completam em 21 de setembro próximo.

 

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