Ação sindical

Lançada CBP-SP, em defesa da classe média paulista e brasileira

Soraya Misleh

 

Ao som da banda da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, teve início a solenidade de lançamento da CBP-SP (Central Brasileira de Profissionais, subsede São Paulo), que será presidida por Celso Atienza, vice-presidente do SEESP (veja quadro com a diretoria completa).

Prestigiado por cerca de 250 pessoas, incluindo representantes de diversas categorias profissionais, o evento realizou-se no Plenário da Câmara Municipal de São Paulo, no dia 9 de agosto, por iniciativa do vereador Eliseu Gabriel. Presente à ocasião, ele considerou a consolidação da nova central estadual – que tem por objetivo organizar, representar e defender os direitos dos profissionais liberais – um momento histórico. Ele ressaltou que o Brasil vive uma crise econômica sem precedentes, “pagando juros de R$ 420 milhões/dia, o que equivale a 7 milhões de casas ao ano”. Gabriel vê na mobilização um fator imprescindível para reverter tal situação. Nesse contexto, acredita que a nova entidade, a qual atinge a maioria da classe média, tem papel decisivo.

Segundo Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP e da FNE e vice da CBP nacional, a central surgiu para ocupar “uma avenida aberta, onde teremos nossa representação”. E continuou: “Temos, a partir de sua fundação, o espaço de discussão da classe média brasileira. Podemos colocar seus anseios, propostas e idéias.” O presidente da CBP nacional, Jorge Luiz Gomes, que empossou a diretoria estadual, enfatizou que a entidade é representativa de uma parcela da sociedade que “ainda se expressa muito timidamente e tem direitos que muitas vezes se diferenciam e são legítimos”. Lutar por eles é “a nossa missão quase permanente e impossível. Mas, quem faz sindicalismo numa realidade difícil como a do Brasil tem condições de dar mais esse passo”. A entidade já compõe 11 categorias profissionais e representa cerca de 7 milhões de brasileiros com curso universitário ou técnico, destacou Gomes. De acordo com ele, a central paulista é a quarta estadual que se organiza. “A expectativa é chegar à marca de 15. É imprescindível São Paulo estar engajado e na linha de frente, somando esforços.”

 

Reivindicações – Entre as batalhas que a CBP terá pela frente, salientou seu presidente nacional, está a pelo direito à organização dos seus representados por categoria profissional, ameaçado pela reforma sindical. “Já temos um projeto de lei que trabalhamos no Fórum Sindical dos Trabalhadores. Vamos encaminhar ao Congresso Nacional ainda neste mês.” Conforme ele, esse pauta as discussões acerca do aperfeiçoamento da legislação brasileira a partir do artigo 8º da Constituição Federal, que garante a autonomia e liberdade sindical, e de “não varrermos o princípio da unicidade”.

Sobre tal reforma, Celso Atienza foi enfático em seu discurso de posse: “Não abriremos mão de duas prerrogativas: que os profissionais liberais sejam considerados um ramo da atividade econômica e possamos decidir sobre o nosso futuro. E que a CBP tenha assento nas negociações tripartites. Queremos estar presentes nas grandes decisões nacionais.”

Ele reiterou que a CBP atuará no segmento da classe média paulista e brasileira, a qual “vem sendo vilipendiada ao longo da última década, a começar pelo pesado tributo do imposto que confisca a renda”. E acrescentou: “Exigimos uma política com mais justiça social e melhor distribuição de renda, a qual permita garantir o desenvolvimento sustentado e geração de emprego a todos os paulistas.” Assim, ainda segundo ele, a central estadual lança mão de recente histórico do aumento da carga tributária e do empobrecimento da classe média do País para “repudiar veementemente a manutenção do congelamento na tabela do Imposto de Renda e da alíquota de 27,5%” – a reivindicação da CBP é de correção imediata, para 56%.

 
A Diretoria da CBP-SP

Presidente: Celso Atienza (engenheiro). Vice-presidente: Waldemar Avritscher (químico). Diretores-secretários: Newton Guenaga Filho (engenheiro) e o adjunto Pedro Carlos Valcante (técnico). Diretores financeiros: Ernani Silveira Rosas (nutricionista) e o adjunto José Paulo Garcia (tecnólogo). Diretores adjuntos: Adilson da Silva (engenheiro); Aelson Guaita (químico); Benedito Carlos Souza (técnico); Fernando Carvalho (detetive); Francisco de Assis Santos (técnico agrícola); Izilda Georgia Rossi (nutricionista); João Carlos Gonçalves Bibbo (engenheiro); Jorge Antonio Chehade (médico veterinário); Marco Aurélio Pilla Souza (técnico agrícola); Paulo Eduardo Grava (engenheiro); e Sergio Antonio Teixeira (administrador).

 
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