Opinião Por onde você passa, tem trabalho de engenheiro Allen Habert |
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Quando a Chapa 1 – Movimento Renovação
ganhou a eleição para a diretoria do SEESP em 1986, por
70% dos votos, eu tinha 32 anos. Presidia essa chapa, que tinha dois subtítulos:
“Unir, agir e construir” e o que encabeça este artigo.
Foi a última vez que houve uma disputa com duas chapas ao longo
dos 24 anos do período. A primeira, histórica, em 1980,
com a vitória do Movimento de Renovação e Oposição
e essa de 1986. Enterrou-se o arcabouço autoritário de séculos. A nova constituição foi um marco civilizatório e os engenheiros e profissionais da área tecnológica e científica mobilizaram-se e conquistaram pela primeira vez o capítulo de Ciência e Tecnologia (artigos 218 e 219). Foram 250 entidades e instituições que conseguimos unir e articular tendo à frente o SEESP e a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros). Isso depois estendeu-se às constituições estaduais (1989) e centenas de municipais (1990). Ciência e Tecnologia para a construção de uma vida melhor e um país mais justo e competitivo. Criamos o Conselho de Representantes que uniu os diretores estaduais, regionais e os delegados sindicais num exercício de “fazer juntos”, estímulo e realizações. Lançamos o prêmio Personalidade da Tecnologia (hoje em sua 17ª versão) e o Conselho Tecnológico em 1987. Aliamos as reivindicações trabalhistas e sociais às questões da tecnologia e da inovação no processo produtivo. Isso foi inédito no País e nos auxiliou a abrir espaços nas esferas empresariais, nos Executivos e Legislativos. Lançamos o Promore (Programa de Moradia Econômica) para a população de baixa renda e o Programa do Teleacidente, aberto a toda a sociedade na área da engenharia e segurança do trabalho. Conquistas – Participamos,
pela primeira vez na história do Dieese (Departamento Intersindical
de Estudos Socioeconômicos), de sua direção nacional,
assim como no Diesat (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas
de Saúde e dos Ambientes de Trabalho) e no Diap (Departamento Intersindical
de Assessoria Parlamentar), instrumentos de unidade e trabalho intersindical
voltados à sociedade. Endosso e incorporo inteiramente o conteúdo claro e lúcido dos quatro artigos anteriores do Esdras, Octaviano, Rutênio e Ubirajara. Retiro daí a importância das camadas médias reaprenderem a fazer política hoje para ajudar a resolver os problemas de infra-estrutura do País, assim como sanar o “tendão-de-aquiles” de nosso processo de desenvolvimento: a distribuição da renda nacional e a criação de empregos.
Desafios – O SEESP tem um projeto claro de atuação em torno do desenvolvimento econômico, social e cultural brasileiro e aprendeu a “fazer junto” as suas ações, com os pés no chão e a cabeça na lua. “Por onde você passa, tem trabalho de engenheiro.” Isso nos coloca como missão imprescindível o engajamento cada vez maior na ampliação de novas fronteiras de trabalho e emprego em todas as áreas de conhecimento e do desenvolvimento. Para entrar e nunca mais sair do coração de todos os brasileiros.
Allen Habert é diretor do SEESP, tendo sido seu presidente no período de 1986-89. Este artigo integra uma série em comemoração aos 70 anos do sindicato, que se completam em 21 de setembro próximo. |
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