Eleições 2004

Marta faz balanço e promete mudança na saúde

Lourdes Silva

 

Concorrendo à reeleição, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), participou, em 8 de setembro, do ciclo de palestras “A engenharia e a cidade”. Com o objetivo de debater os problemas e soluções para os municípios, o SEESP promove a atividade em diversas localidades do Estado, além da Capital, tendo convidado todos os concorrentes.

Marta deu início a sua conversa com os engenheiros abordando um dos mais graves problemas da cidade: a dívida, herdada, ressaltou ela, das administrações anteriores e cujo pagamento foi negociado no final do Governo Pitta. “Esse acordo feito para o próximo prefeito pagar implica R$ 100 milhões todo mês, o que corresponde a cinco CEUs (Centros Educacionais Unificados) e dois hospitais”, ilustrou. Embora não tenha contraído novos compromissos financeiros, afirmou Marta, o passivo da Prefeitura subiu de R$ 21 bilhões para R$ 28 bilhões ao longo de sua gestão. “Isso tem muito a ver com os juros escorchantes durante o Governo FHC.”

Tendo de fazer frente a esse problema e ainda ao “engessamento” devido à Lei de Responsabilidade Fiscal, o desafio posto era “dar conta de uma cidade caótica, aprovar um plano diretor em quatro anos, organizar o seu desenvolvimento e melhorar um pouco a vida das pessoas com mais dificuldades”. A prefeita destacou a mudança no transporte, que incluiu a implantação do bilhete único, a regularização dos chamados “alternativos” e a reorganização das linhas de ônibus. Na educação, além da implantação de 21 CEUs – a promessa é de mais 24 num eventual segundo mandato –, a Prefeitura passou a fornecer uniforme, material escolar e condução para as crianças da rede municipal. “Outro investimento foi o programa ‘Renda Mínima’, que beneficia 200 mil famílias e já mostra resultados: redução de 15% nos homicídios e de 55,5% na evasão escolar”, comemorou.

Marta defendeu as obras em andamento na cidade, especialmente os túneis sob as avenidas Rebouças e Cidade Jardim e os corredores de ônibus apelidados de “Passa Rápido”, e rebateu as críticas por tê-las começado no final do mandato. “Os recursos são do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e durante o Governo FHC apenas uma ínfima parcela era liberada. Depois, pudemos ter um parceiro que percebeu a importância da cidade de São Paulo.”

 

Planos – A partir de 2005, afirmou ela, caso vença a eleição, serão construídas “dezenas” de corredores, vias livres e terminais, destacando-se entre esses últimos o Cohab Teotônio, Itaim Paulista, Campo Limpo, Água Espraiada e Brasilândia. A prefeita pretende ainda fazer a extensão da Marginal Pinheiros até a Avenida Interlagos e da Avenida Jacu Pêssego até o ramal sul do Rodoanel.

Para a saúde, área em que tem sido mais criticada, a promessa é reformar 30 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e construir dez CEUs Saúde (Clínicas Especializadas Unificadas). “Isso dará resposta à maior demanda da população, que é marcar consulta e exames de especialidades. O prazo será de 15 dias, depois de consulta no Programa de Saúde da Família ou na UBS. Possibilitará ainda fazer fisioterapia e exame no mesmo local e momento, se o paciente estiver em condição”, afirmou.

Questionada pelo presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, sobre a alocação de verbas para o programa “Morar Melhor” – convênio entre a Prefeitura, o sindicato e outras entidades, voltado à população de baixa renda –, Marta assegurou que a iniciativa poderá ser ampliada para atender o maior número possível de pessoas.

 

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