Eleições 2004

Marta e Serra apontam suas prioridades
Em entrevista ao Jornal do Engenheiro, os candidatos à Prefeitura da Capital, José Serra (PSDB) e Marta Suplicy (PT), que disputam o segundo turno no próximo dia 31, dizem como pretendem administrar a cidade em caso de vitória. Ambos afirmam: engenharia e seus profissionais são fundamentais ao município.

 
“Quero terminar a batalha que comecei”
Marta Suplicy (PT)
Coligação: União por São Paulo
(PT/PL/PTB/PCdoB/PTN/PRTB/PSL)
Vice: Rui Falcão (PT)
Site: www.martaprefeita.com.br
 

Jornal do Engenheiro: Por que a senhora deseja continuar na Prefeitura de São Paulo?
Marta Suplicy: Acredito que podemos fazer ainda mais do que já fizemos pela cidade, dando continuidade aos projetos já iniciados nesta gestão e implantando outros, como os 40 CEUs Saúde. Tenho uma boa equipe e um bom projeto e já mostrei que sou capaz de fazer. Todos sabem que a cidade estava completamente abandonada quando assumi. Foram oito anos de desgoverno, de abandono pelas administrações passadas. No começo foi muito difícil, mas o pior já passou. Além disso, eu gosto de ser prefeita, tenho vontade política e vontade pessoal – por ser paulistana e amar essa cidade – de continuar a longa batalha que comecei e quero terminar.

 

JE: Como a senhora vê o papel da engenharia na gestão pública da cidade?
Marta: Acredito que os engenheiros têm um papel fundamental para o bom planejamento de qualquer cidade, sobretudo na nossa, que é tão dinâmica e cheia de contrastes. A engenharia é importante porque, por meio dela, com soluções práticas e criativas, antecipam-se e se resolvem os problemas do futuro. É por meio de obras importantes – como as que fizemos nesta gestão (túneis sob a Faria Lima, Passa-Rápido, CEUs) – que a cidade se planeja para absorver os impactos futuros nas mais diversas áreas. Veja, a construção dos CEUs será um marco da engenharia deixado por esta administração às futuras gerações de crianças e adolescentes que ainda usufruirão deles.

 

JE: Como o orçamento disponível será investido? Como se dará o equilíbrio entre obras e programas sociais?
Marta: O orçamento ainda precisa ser aprovado pela Câmara Municipal, mas posso dizer que, assim como aconteceu neste governo, a população mais carente será minha prioridade. Mas existem obras fundamentais, como a construção dos hospitais de Cidade Tiradentes e M´Boi Mirim, de 24 CEUs, a criação de mais Passa-Rápidos e o prolongamento da Avenida Jacu-Pêssego, que está incluído no Programa de Desenvolvimento Econômico da Zona Sul. Temos também as novas Operações Urbanas, como a da Água Espraiada. No perímetro dessa operação, serão construídas duas pontes suspensas, interligando as avenidas Roberto Marinho e Luís Carlos Berrini.

“Trabalhar para as pessoas e junto com elas”

José Serra (PSDB)
Coligação: Ética e Trabalho
(PSDB/PFL/PPS)
Vice: Gilberto Kassab (PFL)
Site: www.serra45.org.br

Jornal do Engenheiro: Por que o senhor deseja ser prefeito de São Paulo?
José Serra: Eu quero trabalhar para as pessoas e junto com elas. Quero transformar São Paulo em uma cidade de ruas limpas, iluminadas e seguras. Com mais áreas verdes e com lazer diversificado. Uma cidade moderna, com capacidade de interação com o mundo e de dar oportunidades iguais a todos. Com planejamento e prioridades; em parcerias com o Governo do Estado e com a sociedade; aproveitando melhor o orçamento, cortando custos e desperdícios, vamos investir na saúde, educação, creches, transportes, moradia, melhorias no trânsito e estimular a criação de empregos.

 

JE: Como o senhor vê o papel da engenharia na gestão pública da cidade?
Serra: Além de economia, estudei engenharia civil na Escola Politécnica da USP. Só não me formei porque fui perseguido pela ditadura e tive de deixar o País. Mas considero que a gestão pública não pode prescindir da engenharia, instrumento importante para o planejamento da cidade, para especificações técnicas e para garantir a qualidade dos projetos. Minha administração valorizará os seus profissionais e utilizará os instrumentos e tecnologias do setor para realizar mais com menos e valorizar cada real do contribuinte.

 

JE: Como o orçamento disponível será investido? Como se dará o equilíbrio entre obras e programas sociais?
Serra: Primeiro, é preciso enxugar custos e cortar desperdícios. Em 2002, a Prefeitura produziu um déficit de R$ 250 milhões a mais do orçamento. Em 2003, esse déficit ultrapassou quase R$ 600 milhões. Neste ano, quase R$ 1 bilhão. Como a LOA (Legislação Orçamentária Anual) permite um remanejamento de 15%, pretendo utilizá-lo para investir na saúde e em outras prioridades.

Quanto às obras, aprendi com Mario Covas que obra parada é prejuízo. Por isso, vou continuar as que estão em andamento e também vou reformar as Unidades Básicas de Saúde e os CDMs (Clubes Desportivos Municipais). Construiremos mini-hospitais nos bairros; finalizaremos o hospital Cidade Tiradentes e tiraremos do papel o do M’ Boi Mirim. Também pretendo articular com o setor privado para que invista em obras na cidade e manter um diálogo permanente com os engenheiros e suas entidades representativas para debater as intervenções urbanas em São Paulo.

 

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