Opinião Bilhete único e inclusão social Carlos A. T. Carmona |
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O plano de transporte em implantação na cidade de São Paulo estabeleceu um novo marco no transporte sobre pneus. É um plano multidisciplinar e multifuncional. Tratou e está resolvendo diversos temas, como o planejamento de transporte urbano, aumento da velocidade comercial dos coletivos, aspectos institucionais legais, equilíbrio entre receita e despesa para sua manutenção, fontes de financiamento para sua implantação, atualização tecnológica e ambiental dos veículos em circulação, gerenciamento e controle operacional do sistema de transporte, controle do sistema de arrecadação, entre outros. As idéias básicas que o embasaram foram redução do tempo de viagem, considerado o instante da saída de casa até o destino; prioridade para o transporte coletivo na circulação viária e redução de custos operacionais decorrentes de ineficiências das linhas, bem como a inclusão de novos passageiros no sistema de transporte coletivo. O importante é que todas as partes do projeto estão sendo implantadas simultaneamente, de modo que a conclusão de cada etapa agrega melhoria ao desempenho do sistema como um todo. Nesse aspecto, vale destacar o bilhete único. Não se trata apenas de sistematização de processos e de procedimentos manuais de arrecadação, o que por si só já seria muita coisa. A sua introdução, sem gerar desemprego, permitiu a implantação de uma política tarifária, que, além de liberar os usuários para escolherem o melhor itinerário para a sua viagem, incluiu socialmente grande parcela da população, à medida que gerou maior acessibilidade aos bens, serviços e lazer para os moradores da periferia, bem como a possibilidade de competir em igualdade de condições com aqueles que moram próximos aos postos de trabalho.
Carlos A. T. Carmona é ex-presidente da SPTrans e coordenador da Secretaria Municipal de Transportes |
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