Ao se adquirir
um aparelho do gênero, há muito mais a se comparar que a
mera diferença entre os preços cobrados pelos fornecedores.
Precauções quanto ao consumo de energia, facilidade de limpeza,
durabilidade e regras de instalação e uso podem evitar prejuízos
e dores de cabeça. Os segredos da escolha correta desses equipamentos
são revelados por Mário Leite Pereira Filho, chefe do Laboratório
de Avaliação Elétrica do IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas). Engenheiro eletricista, é mestre e doutor
pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Consumo
energético
Um aspecto importante a ser observado é a potência
do equipamento, o que se refletirá no consumo de energia. Entre
modelos com os mesmos recursos, a opção deve ser por aquele
que gasta menos eletricidade – agradecem o seu bolso e o meio ambiente.
Um ponto essencial é a potência em stand-by (em espera),
quanto despende enquanto ligado à tomada, mas não em uso.
Uma TV, por exemplo, consome em torno de 70W na operação
normal. Em espera, pode chegar a 5W. Como esse consumo é constante,
pode pesar bastante na conta mensal.
Ai,
que barulho!
Embora não afete a performance do eletrodoméstico,
ruído é um fator que pode incomodar muito. Por isso mesmo,
pode valer a pena pagar mais por um produto mais silencioso. O Conama
(Conselho Nacional do Meio Ambiente) institui o selo ruído para
liquidificadores, secadores de cabelo e aspiradores de pó, entre
outros. A etiqueta deve constar do produto informando o nível de
ruído produzido.
Design
versus limpeza
Todas as partes do equipamento que requerem limpeza devem ser facilmente
desmontáveis. Exemplo clássico ainda é o liquidificador,
no qual deve ser possível remover do copo a base com a hélice.
Outro é o aspirador de pó, de que é preciso retirar
o compartimento do filtro.
Instalação
e uso
Eleito o modelo mais adequado, é preciso observar as regras para
o uso. Os cuidados elementares são: verificar se a tensão
do aparelho (127V ou 220V) é compatível com o local onde
será ligada, desligar chaves elétricas e fechar registros
de água, quando for o caso. Essencial também é ler
as instruções dos manuais e segui-las para evitar acidentes
ou poder acionar o fabricante em caso de produto danificado ou lesões
no usuário. Nesse ponto, é importante fazer a correta instalação
elétrica, levando em conta a necessidade de aterramento. A leigos,
não é aconselhável abrir equipamentos ou tentar consertá-los.
Durabilidade
A vida útil do equipamento depende também do bom senso.
Usar um aspirador de pó doméstico por várias horas
diárias numa oficina é condená-lo à morte
precoce. Além disso, deve-se observar o período de garantia
que representa a durabilidade sem custo adicional. Ilusão, contudo,
esperar que os eletrodomésticos atuais sejam tão longevos
quanto os antigos, que permaneciam na família por décadas.
Esses eram, na maioria, puramente mecânicos e custavam caro. Os
de hoje, em geral de plástico, além de executarem diversas
funções, são relativamente baratos, até porque
sua expectativa de vida é mais ou menos conhecida, devido à
obsolescência funcional. As exceções são a
chamada linha branca, geladeiras e lavadoras, que devem se manter em operação
por dez anos.
Defenda-se
Para saber se constam queixas contra o fornecedor ou o fabricante na Fundação
Procon-SP, consulte o Cadastro de Reclamações Fundamentadas
2004, disponível no site www.procon.sp.gov.br/cadastro2004.asp.
Além disso, exija o fornecimento do pedido ou da nota fiscal, discriminando
valor da compra, as condições de pagamento, data de entrega
e de instalação, custo do frete etc. Eles assegurarão
a garantia do produto, a assistência técnica e a formalização
das reclamações. Se surgirem problemas, procure o SAC (Serviço
de Atendimento ao Consumidor) do fabricante. Se não resolver, vá
a um posto de atendimento do Procon ou envie a queixa pelo fax (11) 3824-0717.
Para
informações sobre consumo de energia, ruídos etc,
visite o site do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial) – www.inmetro.gov.br.
|