O
presidente reeleito do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, faz um
balanço do mandato que chega a sua reta final e aponta perspectivas
para a gestão 2006-2009.
Qual
a sua avaliação da gestão que se encerra em 2005?
É muito positiva. Apesar de todas as dificuldades,
e sempre há muitas, o período foi de avanço e crescimento
em todas as nossas frentes de atuação. Isso se deu na ação
sindical, nas nossas relações políticas e institucionais,
no debate das questões técnicas e também nos serviços
aos associados. Uma ótima e clara medida para isso é o fato
de termos ampliado significativamente o número de associados, que
triplicou nos últimos quatro anos.
Na
ação sindical, o que você destacaria?
No campo da ação sindical, mantivemos e
reabrimos canais de negociação nas empresas em que atuam
os engenheiros, como Ferroban, por exemplo, que não concedia reajustes
desde 1999 e abandonou a intransigência. O mesmo se deu em várias
companhias estatais nas quais o diálogo vinha sendo difícil.
E esse processo é fundamental porque é sempre melhor quando
campanha salarial pode chegar a bom termo à mesa de negociação.
Por conta disso, as campanhas salariais de 2004 (as deste ano iniciam-se
em 1º de maio, leia
sobre o assunto) encerraram-se com saldo positivo que beneficiou
cerca de 150 mil engenheiros em todo o Estado de São Paulo.
No
que diz respeito aos serviços prestados aos associados, qual o
diferencial?
O
SEESP já há bastante tempo dispõe de uma ampla carteira
de benefícios, que incluem convênios diversos. O carro-chefe
é o Plano de Saúde do Engenheiro, que nos últimos
anos foi aprimorado e vem sendo cada vez mais procurado. Já são
cerca de 22 mil vidas atendidas por ele. Nessa gestão, também,
a grande novidade foi a implementação do SEESPPrev, o fundo
de pensão do engenheiro, pioneiro na categoria fundo de instituidor.
Você
também mencionou avanços nos debates das questões
técnicas. Como tem sido isso?
O
sindicato tem estado muito envolvido com o debate de questões como
energia, saneamento básico, meio ambiente, habitação
e transporte, entre outras, num grande universo. Houve um esforço
muito grande dessa diretoria de impulsionar essas discussões, sempre
com um objetivo básico: levantar o problema, apontar a melhor solução
técnica e trabalhar politicamente para implementá-la. Assim,
o SEESP sediou inúmeros debates e seminários.
Uma
frente de batalha significativa no último ano e meio dessa gestão
tem sido a reforma sindical, não?
Desde o início, temos tentado ao máximo
influenciar esse processo, buscando defender os interesses dos trabalhadores
em geral e dos engenheiros em particular, já que a proposta de
reforma do Governo os ameaça frontalmente ao pretender acabar com
os sindicatos por categoria. Nós fizemos ver ao Ministério
do Trabalho que, não podendo ser enquadrados em ramo algum, esses
profissionais, assim como outros chamados liberais, precisam de organização
própria. Como resultado desse esforço, foi criada uma câmara
setorial para tratar do assunto.
Qual
a perspectiva para o próximo mandato?
De forma muito otimista, dar continuidade ao trabalho
e seguir avançando em defesa dos engenheiros. Garantir mais e melhores
acordos coletivos de trabalho; defender a volta do crescimento com investimentos
públicos em infra-estrutura, o que garante emprego e melhores condições
de vida à categoria e a todos os brasileiros; batalhar para que
a produção volte a ter espaço neste País,
cada dia mais vítima da lógica financeira; desenvolver serviços
aos nossos associados. Enfim, manter e renovar o lema da nossa gestão:
trabalho, integração e compromisso. |