Opinião O Brasil nos trilhos Adilson Luiz Gonçalves |
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Os meios de transporte de carga são classificados como dutoviário, hidroviário, ferroviário, rodoviário e aeroviário. O dutoviário tem experimentado um impulso crescente, por conta dos oleodutos e gasodutos. O hidroviário é uma opção quase inequívoca. Representa um imenso potencial, mas mal-aproveitado. O rodoviário é a base do sistema de transportes nacional. Teve sua predominância estabelecida a partir da implantação da indústria automobilística no Brasil, na década de 1950. Desde então, estradas cortaram o Brasil e viraram sinônimos de integração nacional e progresso. O transporte terrestre de cargas e passageiros, de médio e longo cursos, foi progressivamente substituído por caminhões e ônibus. Mas vieram as crises de combustíveis e a recessão. A manutenção das estradas – salvo raríssimas exceções – passou, então, a ser corretiva ou inexistente. O recente reaquecimento da economia, impulsionado pelas exportações, gerou sobrecarga das rodovias e, conseqüentemente, degradação acelerada. A onda de privatizações conseguiu melhorar os sistemas mais “rentáveis”, mas o preço e a quantidade de pedágios onera o frete. Os trechos estatais permaneceram em péssimo estado, o que aumenta o custo de manutenção dos veículos, o tempo de percurso e o valor do seguro. Além disso, as limitações de carga por eixo e dimensões do veículo restringem a eficiência do sistema. Tudo isso também é contabilizado no frete e agrava o chamado custo Brasil. Já o aeroviário tem como principal condicionante a rapidez e nem é preciso citar a crise que se instalou no setor.
Transporte ferroviário – Esse merece menção especial. Os países do Hemisfério Norte dispõem de redes abrangentes e polivalentes, ampliadas e modernizadas desde o século XIX. O Brasil começou bem, no mesmo século, com Mauá, mas desandou com alguns empreendimentos malfadados, como a ferrovia Madeira-Mamoré. O tempo se encarregou de provar que o declínio dos transportes ferroviário e hidroviário foi conseqüência da falta de visão logística de governos, pois um meio não exclui nem inviabiliza o outro. Na verdade, eles se complementam. A promessa do Governo Federal de “recolocar o país nos trilhos” é alvissareira. O investimento inicial é significativo, mas tende a ser rapidamente compensado pelo menor consumo de energia por tonelada transportada. O reflexo virá no frete menor. A decisão deve ser prioridade, como todas as demais obras de infra-estrutura. É imprescindível não “perder esse trem”, pois talvez não haja outro para pegar “amanhã de manhã”.
Adilson
Luiz Gonçalves |
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