Giro paulista Urbanização em São José dos Campos alia paisagismo e serviços Soraya Misleh |
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Áreas bem cuidadas, com vias asfaltadas, canteiros floridos, praças e parques chamam a atenção de quem passa pela periferia desse município distante 91km da Capital paulista. “Quando a gente faz casa popular, pensa em colocar uma cor bonita, não deixar de fazer calçada, muros, asfalto na rua, paisagismo. Se vai urbanizar uma praça, pensa nos mínimos detalhes. Quando faz a revitalização de centros comerciais é a mesma coisa, se vai construir uma escola, idem”, afirma a secretária municipal de Planejamento Urbano, Eliana Pinheiro Silva. Conforme ela, essa lógica “virou um valor da cidade”. Tanto que hoje a própria população tem tal expectativa e reivindica isso. A engenheira Sonia Bologna complementa: “Trabalhou-se muito em se levar equipamento também para as pontas.” Ela lembra que a iniciativa de unir beleza e serviços quando da urbanização de uma área deveu-se também a exigências do Banco Interamericano de Desenvolvimento para financiar tais projetos. Assim, no entorno desses locais, são construídos espaços de lazer, escolas, unidades básicas de saúde e núcleos da Fundhas (Fundação Hélio Augusto de Souza), que oferece cursos de qualificação a adolescentes carentes entre 11 e 18 anos. Um bom projeto de urbanização, na concepção da secretária de Planejamento, foi executado na zona sul da cidade, que abriga quase 200 mil habitantes – em toda a cidade, há quase 600 mil. “O Campo dos Alemães ficou muito tempo abandonado. Mais ou menos 50 mil pessoas moravam nesse local, que, em 1997, era um esgoto a céu aberto. Lá, botamos tudo o que precisava, drenagem, esgoto, asfalto, escola, centro comunitário, unidade de pronto-atendimento 24 horas, curso de formação”, detalha. A partir daquele ano, de acordo com Oswaldo Vieira de Paula Junior, chefe da Divisão de Parcelamento do Solo da Secretaria do Planejamento de São José dos Campos, inúmeras áreas públicas foram urbanizadas, praças foram construídas ou reformadas. “No Jardim das Indústrias, havia uma avenida que não estava asfaltada e tinha problema de drenagem. Foi feita a pavimentação e canalização e criou-se um espaço de lazer acho que dos mais bonitos”, exemplifica. Há parques instalados em diversas áreas do município e outros estão sendo revitalizados, construídos ou projetados. Ainda para este semestre, conforme Bologna, a previsão é iniciar as obras do Parque do Senhorinha, na zona sul da cidade. Dar continuidade a essa política, destaca Marco Aurélio Castanho Angeli, diretor da Área de Planejamento Urbano da Secretaria, está no plano diretor.
Nem
tudo são flores Outro problema são os loteamentos clandestinos encontrados em São José dos Campos, os quais não contam com os equipamentos necessários ao redor. Segundo a secretária, são 82 no total. “Congelamos e cadastramos todos esses núcleos e estamos num processo de regularização.” A gestão tem aprovado loteamentos regulares próximos para facilitar o processo de urbanização na região e, assim, realizar investimentos em infra-estrutura. Se para esses há solução prevista, para a área invadida do Pinheirinho, na zona sul, não ocorre o mesmo. “A Prefeitura não tem o que fazer. Está na Justiça para desocupação há um ano e meio. O que propusemos a eles é que se retirassem de lá e se cadastrassem no programa habitacional.” Conforme levantamento da administração municipal, há 604 famílias nessa área.
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