Opinião Por que as mulheres ainda são minoria na engenharia? Maria Rosa Lombardi |
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A aproximação do Dia Internacional da Mulher sempre nos instiga a avaliar os avanços ou retrocessos da luta feminista. Nos quesitos trabalho e educação, há já algumas décadas as mulheres brasileiras vêm ganhando a nota máxima, pois sua presença se ampliou no mercado de trabalho e nos cursos de nível médio e superior chega a superar a dos homens. Na esfera das profissões, porém, algumas áreas permanecem mais refratárias às mulheres, como é o caso da engenharia na maioria dos países ocidentais, aí incluído o Brasil. Razões de várias ordens são invocadas para explicar essa aparente inadequação. Uma das vertentes alega que as origens militares da profissão, o exercício de funções de comando, as duras condições de trabalho estariam na raiz do desinteresse feminino pela engenharia. Outra lembra que a expertise em matemática e física e o interesse por máquinas e tecnologia estão associados à razão e ao masculino, em contraposição à emoção e ao cultural, terrenos do feminino, remetendo a questão à esfera das representações sociais. Outra ainda identifica como razões da exclusão conflitos vividos pelas mulheres em torno da sua identidade de gênero em culturas profissionais masculinas. Desejo trazer aqui alguns elementos para reflexão sobre a discriminação de gênero no trabalho, entendendo-a como um dos fatores que contribuem para manter a subrepresentação das mulheres na engenharia. Depoimentos de profissionais da área de ambos os sexos, recolhidos em pesquisa que desenvolvi recentemente, mencionaram situações de discriminação de gênero, seja no exercício profissional propriamente dito, seja no âmbito das carreiras das engenheiras, que, em geral, defrontam-se com impedimentos para assumir cargos de alto comando.
Assédio
de gênero
Maria
Rosa Lombardi |
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