Editorial

Dada a largada ao debate por desenvolvimento

 

Na primeira quinzena de abril, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgou sua pesquisa sobre evolução de produtividade no setor, que compara o desempenho de diversos países nesse quesito no período entre 2001 e 2004. O Brasil despencou do quarto lugar que havia conquistado, no qüinqüênio 1996-2000, para o 23º, registrando pífio crescimento médio anual de 1,3%. Ficou comendo poeira atrás dos campeões na categoria, como Índia, Cingapura, Malásia, Estados Unidos e muitas outras nações. O resultado, informa a CNI, reflete o baixo investimento da indústria brasileira e pode ter repercussões negativas nas exportações.

Preocupações como essa fazem parte da agenda do projeto “Cresce Brasil”, mote do VI Conse (Congresso Nacional dos Engenheiros), que será promovido pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) em setembro próximo. Até lá, seminários realizados em capitais brasileiras e cidades paulistas debaterão temas fundamentais para assegurar a retomada do crescimento econômico, com investimentos públicos e privados.

A primeira atividade da série aconteceu em 27 de março, na cidade de Bauru. O seminário “Um projeto energético para o Brasil”, organizado pela Delegacia Sindical local, além das de Lins, Marília, Araçatuba, Presidente Prudente e Botucatu, reuniu autoridades e profissionais da região.

O nível de comparecimento e participação demonstrou o acerto da iniciativa dos engenheiros, que até setembro dedicam-se a desenhar um modelo básico para retirar o Brasil da atual situação, que não permite verdadeira expansão de emprego e renda e melhoria das condições de vida de toda a sua população.

A proposta da categoria, além de ratificar bandeira de luta antiga, faz neste ano eleitoral uma clara opção por um padrão de participação nessa discussão. A escolha do futuro presidente deve se pautar por projetos para o País. Casos de corrupção e irregularidades em geral devem ser apurados e punidos. No entanto, isso não resolve os graves problemas brasileiros que continuam a aguardar solução. Para os engenheiros, trata-se de garantir condições necessárias ao desenvolvimento. É o que vamos defender junto à sociedade e aos postulantes a cargos públicos. O debate está aberto.

 

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

 

 

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