Editorial

Hora de pensar o futuro do País

 

Com a oficialização das candidaturas, cujo prazo para registro esgotou-se em 7 de julho, começou para valer a campanha eleitoral daqueles que pleiteiam a presidência da República, os governos estaduais e vagas na Câmara, Senado e assembléias legislativas. Sucedendo uma grave crise de representação política e polarizada por dois partidos, a disputa corre o risco de ser marcada por acusações, denúncias e ataques pessoais. Entretanto, a tarefa colocada a todos que têm compromisso com o futuro do País é trabalhar para que o período pré-eleitoral seja aproveitado para se discutir um projeto para o Brasil.

Após mais de duas décadas praticamente perdidas, com taxas de crescimento ridículas diante das necessidades e do potencial nacional, não há mais tempo a perder. O momento é mais que propício para se debater quais os nossos reais desafios e como vencê-los.

Devemos todos nos debruçar sobre o problema de como transformar o discurso pela retomada do crescimento com inclusão social em realidade. É preciso encontrar o caminho para completar a industrialização do País, o que exige aprimoramento de infra-estrutura e logística e, sobretudo, investimento pesado e bem feito em educação. É urgente aprofundar as medidas de distribuição de renda, retirando da miséria o atual contingente que soma milhões. Temos a obrigação moral de garantir às crianças e aos jovens uma vida digna, longe da marginalidade, único caminho eficiente para brecar o avanço da violência e criminalidade que campeiam nas grandes e médias cidades. Como se vê, a tarefa não é simples nem pequena. Quem quer que pretenda exercer um cargo público deve ter a responsabilidade de trabalhar com afinco para cumpri-la.

Os engenheiros decidiram dar sua contribuição a esse processo com o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), com o apoio de seus sindicatos filiados, entre eles o SEESP. Vêm sendo realizados em todo o País seminários discutindo os temas considerados essenciais a um projeto de desenvolvimento nacional: energia, transportes, comunicações, meio ambiente, saneamento, recursos hídricos, sistema viário, ciência e tecnologia e agricultura. Cada um desses eventos tem como base uma nota técnica elaborada por um especialista da área em questão, que é debatida com profissionais de várias partes do Brasil e aprimorada. Em setembro próximo, quando se realiza o VI Conse (Congresso Nacional dos Engenheiros), na cidade de São Paulo, estará formatado um documento com as propostas da categoria para um Brasil melhor. Esse material será oferecido aos candidatos como contribuição à construção de uma nação verdadeiramente justa e soberana. Será também bandeira de luta constante da FNE.

 

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

 

 

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