Giro paulista Piracicaba discute sustentabilidade do agronegócio |
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A cidade sediou em 31 de julho mais um seminário da série que integra o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” (www.crescebrasil.com.br) e é preparatória ao VI Conse (Congresso Nacional dos Engenheiros), a ser realizado em São Paulo, em setembro. Dessa vez, o tema em pauta foi a agricultura brasileira, destaque da balança comercial nacional, mas aparentemente condenada a crises cíclicas. A discussão teve como base a nota técnica “Agronegócio brasileiro: perspectivas, desafios e uma agenda para seu desenvolvimento”, elaborada pelo professor titular de Macroeconomia e Agronegócio da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros. “O que se tem visto é que está em jogo a questão da sustentabilidade. Será que toda a estrutura do agronegócio pode viver sem o socorro periódico da sociedade representada pelo setor público?”, questionou o professor. Segundo Barros, há evidências de que a sociedade brasileira beneficiou-se do agronegócio, por meio do aumento da produtividade que reduziu em 40% o preço dos alimentos. “Esse excedente de renda, ainda que mínimo, pôde ser aplicado em outros itens de consumo pelas classes C, D e E”, afirmou. Outra contribuição, na sua avaliação, é o superávit comercial, que permitiu uma situação confortável ao Brasil, apesar das várias crises financeiras internacionais ao longo dos anos 90. “Na última década, a transferência para a sociedade foi de R$ 1 trilhão, algo como R$ 150 bilhões por ano”, calcula. Fundamental à economia nacional, resta então saber porque a agricultura enfrenta crises sistematicamente. De acordo com o professor da Esalq, a atividade acaba vítima de um ciclo vicioso. As altas taxas de juros refreiam o crescimento econômico do País. Como a demanda no mercado interno aumenta lentamente, ao incremento da produtividade seguem-se quedas nos preços e excedentes não absorvidos pela renda nacional, que precisam ser exportados. Com a ampliação das vendas ao exterior, o real se valoriza, prejudicando a economicidade do negócio. Além disso, Barros também identifica a concentração de ganhos na indústria do agronegócio, enquanto os produtores amargam a maior parte das perdas. Compensações Entre as providências a serem tomadas ele lista: investimentos em C&T; seguro rural; recuperação e ampliação da infra-estrutura logística; aceleração das negociações comerciais no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio) e outras; programa sanitário e de qualidade dos produtos, voltado aos mercados externo e interno; cuidados ambientais; poupança para canalização de recursos entre os ciclos de alta e baixa; e compatibilização dos custos e benefícios da concentração agroindustrial. Durante o debate, o representante do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Deivisson Nascimento, falou sobre o trabalho de apoio à agricultura familiar no Brasil, que compreende 4,2 milhões de estabelecimentos. Já Cesário Ramalho da Silva, da Sociedade Rural Brasileira, defendeu programas comuns para agricultura em geral e a familiar, hoje divididas entre os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. “Custos são compostos pelos mesmos insumos e sementes”, argumentou. Hélcio Lamônica, do Centro de Tecnologia Canavieira, ressaltou a importância do setor sucroalcooleiro para o agronegócio. Paulo Roberto de Lamo, da área de biodiesel da Dedini S.A. Indústria de Base, falou do potencial de geração dessa nova fonte de energia, cujas plantas de produção estão se expandindo. Finalmente, Cláudio Alvarenga Melo, coordenador da Defesa Agropecuária da Secretaria Estadual da Agricultura, apontou os riscos relativos à sanidade, como a iminente chegada da gripe aviária ao País, e os esforços para manter a produção paulista livre de contaminações. |
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Participação
e conhecimento Na sua opinião, uma grande contribuição é o esforço unitário de trabalhar idéias que representam todo um conjunto de profissionais e não segmentos isolados. “Essas discussões apóiam-se na vontade de participar e no conhecimento técnico”, resumiu. Na mesma sessão, o presidente do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), José Tadeu da Silva, falou sobre a organização profissional no Brasil. Ele lembrou as origens da regulamentação das profissões do Sistema Confea/Creas, que remonta ao início da industrialização nos anos 30, e destacou a importância da integração entre as associações, sindicatos e o próprio conselho. |
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Diretoria
local toma posse Compõem ainda a equipe na gestão 2006-2009 André Elia Neto (1º vice-presidente); José Ferreira de Assis (2º vice-presidente); Sebastião Vainer Bosquilia (1º tesoureiro); Fabiane Becari Ferraz (2ª tesoureira); Neusa Maria Galvão Candido (1ª secretária); Aristides Galvão (2º secretário); José Augusto Rego Barros Seydell; Gabriel Francisco Coelho Junior; Rinaldo de Oliveira Calheiros; José Augusto Darcie; José Antonio de Angelis; Amauri Luiz Pastorello; e Sergio Luiz da Silva Rego (diretores adjuntos). |
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