Editorial Engenheiro, profissional do crescimento |
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Em editorial do dia 11 de julho último, o jornal Gazeta Mercantil comemorava o “recomeço da indústria naval”. Segundo o texto, a demanda na Ásia representa ótima oportunidade às empresas brasileiras do setor. Também dará novo impulso aos estaleiros a renovação da frota da Transpetro e da Petrobras. Ainda segundo o jornal, o reaquecimento esbarra na ausência da mão-de-obra especializada. Por conta disso, defendeu a “importação” de 1.500 engenheiros. Cabe lembrar que a possível falta de profissionais em número suficiente para o setor não se dá pela incapacidade dos brasileiros ou por deficiência na formação nacional, mas porque com o sucateamento da indústria nacional a mão-de-obra especializada migrou para outras áreas, ou outros países, e os jovens passaram a descartar a engenharia naval como carreira promissora. Entrevistado na edição 203 do Jornal do Engenheiro para contar o dia-a-dia do seu trabalho, o engenheiro Fernando Monteiro Ribeiro já profetizava a situação atual. “Existe demanda (...), mas falta investimento (...). Se houver um plano governamental, o Brasil tem capacidade instalada para crescer nesse setor, mas corremos o risco de receber encomendas e não ter quem as faça.” A boa notícia nessa situação é que o melhor cenário para o País é aquele em que se precise de muitos engenheiros para todas as áreas. Esses são os profissionais do crescimento por excelência ou, como classificou o professor Carlos Lessa, os “mais desejados pela sociedade brasileira, que não reproduzem o existente, produzem o novo, o amanhã”. Não por outro motivo os engenheiros brasileiros decidiram transformar o VI Conse, seu congresso nacional, a ser realizado em setembro próximo em São Paulo, em uma luta pela retomada da expansão da economia. A FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), com o apoio de seus 17 sindicatos filiados, criou assim o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, que já percorreu sete capitais brasileiras e passou por diversas cidades paulistas. Temas essenciais a um projeto nacional de desenvolvimento – transportes de carga e urbano, comunicações, energia, ciência e tecnologia, recursos hídricos, saneamento e meio ambiente e agricultura – estão sendo debatidos com profissionais e especialistas de todo o País. Como resultado, teremos um documento com propostas exeqüíveis para garantir à população emprego e qualidade de vida. Será nossa contribuição aos futuros governantes e também bandeira de luta e reivindicação por um Brasil melhor.
Eng.
Murilo Celso de Campos Pinheiro |
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