Opinião

Orgulho de ser engenheiro

Renato Becker

 

Desde o início de sua vida na Terra, o ser humano atua na natureza, buscando aprimorar as condições de vida para si e sua comunidade. A partir da observação do meio, os cientistas aprendem seu funcionamento e elaboram modelos matemáticos que podem representar os fenômenos que ali ocorrem. A partir dessa informação, são criadas técnicas que possibilitam ao homem, além de um certo controle, atuar e modificar o ambiente em que vive.

Aqui, surge a figura do engenheiro, que implementará as transformações desejadas. A tarefa será cumprida com a tecnologia disponível e considerando as necessidades da coletividade, assim como o trabalho, o tempo e os custos envolvidos.

Engenharia é isso: analisar, definir e executar as transformações necessárias para a melhoria das condições de vida da coletividade, para o benefício do próprio homem. Hoje, não se pode imaginar uma coletividade sem a presença atuante do engenheiro, seja nas construções de moradias, nos transportes, na área de energia, infra-estrutura, telecomunicações, utilidades domésticas e de escritório. Todo desenvolvimento e, conseqüentemente, o progresso de uma nação só é possível, portanto, com o trabalho da engenharia como um todo, que aplicando suas técnicas e inteligência, maximiza a produção, utilizando os recursos disponíveis, criando mais conforto, riqueza e empregos.

Aliás, as estatísticas mostram que, para cada vaga criada para um engenheiro, são geradas direta e indiretamente pelo menos mais 15 para outros profissionais. É uma corrente importante e necessária para um país como o nosso, em que o pequeno crescimento dos últimos anos não tem dado conta de angariar a quantidade de força de trabalho que ascende ao mercado todo ano. Some-se a isso a qualidade e a competência dos engenheiros brasileiros, reconhecidas internacionalmente.

Está na hora de os dirigentes do nosso país voltarem-se seriamente para um crescimento real e sustentável, aproveitando nossas riquezas naturais para, utilizando a nossa engenharia, transformá-las criando maiores valores para os nossos produtos. É a principal saída política e econômica da estagnação dos últimos anos, que os principais políticos e dirigentes responsáveis pelo nosso futuro já vislumbraram.

Precisamos de planejamento consistente de médio e longo prazos, de uma engenharia econômica que possibilite os recursos necessários para os investimentos em importantes áreas como infra-estrutura, habitação, energia, transportes, construção naval e ferroviária, telecomunicações, agronomia e meio ambiente. Todos esses, por sinal, são temas dos seminários que estão sendo realizados pelo SEESP em todo o Estado de São Paulo e pela FNE em todo o País, através do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” (o último da série aconteceu em Taubaté, neste mês de agosto). O esforço justifica-se, já que o engenheiro não pode ficar omisso diante dos graves problemas brasileiros.

É por pertencer a essa categoria tão importante para a sociedade que, quando tenho a oportunidade, encho os pulmões e declaro com orgulho: “Eu sou engenheiro.”

 

Renato Becker
É diretor do SEESP e engenheiro da Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista)

 

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