Eleições

No Estado, pedetista quer educar e moralizar

 

É o que promete o candidato a governador de São Paulo, Carlos Apolinário (PDT), segundo o qual a bandeira principal do seu partido é a educação. A afirmação foi feita a mais de cem engenheiros em palestra no SEESP, no dia 9 de agosto. Sua exposição inaugurou o Ciclo de Debates promovido pela entidade, que receberia no dia 29, às 19 horas, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), o qual também disputa a cadeira de mandatário do Estado.

Apolinário garantiu que, se eleito, promoverá reforma no ensino público estadual, de modo a torná-lo de qualidade. Ele criticou o atual sistema de educação continuada, o qual classificou como “progressão envergonhada, que está exterminando o futuro de uma geração”. Além de revê-lo, prometeu valorizar o professor, com “salários dignos”. Ainda sobre o tema, afirmou que “a partir do segundo ano de administração, crianças ficarão na escola em período integral e terão música, esportes, dentistas e médicos”. Seria a forma, de acordo com Apolinário, de tirá-las das ruas.

 

Descentralização
O candidato a governador explicou como planeja gerir o Estado: “São Paulo tem 15 regiões administrativas, vamos dividir em 21. Cada uma deverá ter um hospital, universidade e representantes de secretarias de Estado, de acordo com sua vocação. A idéia é descentralizar o governo para que haja agilidade e atendimento às demandas locais.” Além disso, elencou outras áreas que pretende priorizar, como saúde, segurança pública e trabalho. Com relação à primeira, declarou que a meta principal é investir na prevenção de doenças. Apresentou também proposta para criar trabalho: valorizar os pequenos e médios agricultores e empresários. “Queremos incentivar a agricultura familiar, organizar cooperativas, dar auxílio técnico do governo e subsídios da CEF (Caixa Econômica Federal).”

Quanto à política de segurança pública, na sua ótica, precisa atacar a causa e o efeito da violência. A primeira, enfatizou, é a má distribuição de renda. Para combatê-la, propõe melhorar as condições de vida da população, garantindo emprego, educação, saúde e saneamento básico. O efeito, lembrou o candidato, é a criminalidade e ele sugere ações de reintegração e autoridade. “Hoje, o sistema não tem nenhuma política de recuperação. O PCC (Primeiro Comando da Capital) é que comanda. Temos que separar os presos. Bandido sem esperança de recuperação deve ficar em prisões até morrer, nas quais não tenha chance de escapar, não tenha acesso a celular, nem visitas íntimas. Ao que tem chance, devemos levar educação.” Além disso, para Apolinário, detento tem que trabalhar e uma alternativa são os cárceres agrícolas.

A outra medida é garantir autoridade ao Estado para “bandido ter medo da polícia”. O candidato complementou: “Ou o governador investe em inteligência e mudam-se as leis ou a coisa vai de mal a pior.” Apolinário também prometeu combater a sonegação, aumentando o número de fiscais em São Paulo.

Questionado se, enquanto governador, daria continuidade ao processo de privatizações, ele afirmou que considera a parceria com o ente particular necessária, mas garantiu que a desestatização não está nos seus planos. Ressaltou, inclusive, que questionará contratos de concessão atuais e fiscalizará o que já foi vendido.

As propostas da categoria ao Estado, desenvolvidas no âmbito do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), foram oferecidas pelo presidente dessa entidade e do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, a Apolinário, o qual manifestou a disposição de receber estudos e sugestões dos engenheiros à gestão de São Paulo.

 

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