Cresce Brasil Marco regulatório para saneamento pode ser aprovado ainda neste ano Lourdes Silva |
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À espera de votação na Câmara dos Deputados desde julho, quando passaram pelo Senado, as diretrizes para o saneamento ambiental no País têm chance de ser aprovadas ainda em 2006. A previsão é de Antônio Augusto de Queiroz, analista político e diretor de documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). “É do interesse do governo federal e dos parlamentares que isso ocorra para preencher o vácuo legislativo após as eleições”, avalia. Segundo ele, para colocar em votação o Projeto de Lei 7.361/06, a Câmara estaria aguardando julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) das ações diretas de inconstitucionalidade das leis da Bahia e Rio de Janeiro que determinam titularidade estadual para os serviços de água e esgoto em regiões metropolitanas e aglomerações urbanas. No entanto, os deputados podem colocar o projeto em votação mesmo sem a decisão judicial. Até porque a questão, uma das principais polêmicas no setor, não se resolve no projeto, que mantém a titularidade municipal nos sistemas isolados e remete à interpretação do STF os casos de sistemas interligados e regiões metropolitanas. “Estamos fazendo uma lei que permite uma interpretação do Supremo que possa ser ampla o suficiente para dar um desdobramento ao setor no cenário nacional”, afirma o deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ), relator da comissão mista que deu origem à proposta. Por isso mesmo, ele também conta com a aprovação antes do recesso parlamentar. “Tem de haver uma discussão ampla, mas existe possibilidade de passar sem emenda também na Câmara”, aposta. Se isso se confirmar, segue à Presidência para ser sancionado. “Com a lei aprovada, vamos atrair investimento em torno de R$ 10 bilhões por ano ao saneamento”, comemora.
Melhorias Na opinião do vice-presidente do SEESP, João Carlos Gonçalves Bibbo, o texto não atende totalmente às expectativas, mas traz melhorias. Para ele, ponto fundamental será o fato de estimular a destinação de recursos públicos e privados ao segmento. “Hoje, o Brasil não perde para nenhum país em relação à área de saneamento, tem empresas capacitadas. A Sabesp, a maior companhia do setor, é uma das maiores do globo, com corpo técnico de qualidade reconhecido mundialmente e tecnologia de ponta. Falta é investimento”, conclui. Bibbo alerta, contudo, para a importância de se reduzir a pressão tributária sobre as empresas estatais de saneamento, que enfrentam dificuldades para expandir sua atuação. “É preciso desonerá-las da cobrança dos tributos federais, como o PIS/Cofins.” Segundo ele, essa será a próxima batalha em favor do setor. |
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