O PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento), anunciado pelo Governo e
que é objeto de análise
nesta edição do JE, colocará necessariamente
o tema do desenvolvimento econômico na pauta do Legislativo, que
deverá discutir e votar sete medidas provisórias e cinco
projetos de lei que compõem o plano. Dessa forma, a presente legislatura
tem início com uma grande responsabilidade: debater e tornar possível
a principal reivindicação da sociedade brasileira, que é
a volta do crescimento econômico após as duas décadas
e meia de estagnação.
Trata-se de uma ótima oportunidade para que os deputados e senadores
recém-empossados iniciem suas atividades tratando de temas de interesse
de Estado e da população brasileira e demonstrem seu real
compromisso com os eleitores. Além de tratar de analisar de forma
séria e crítica as propostas feitas pelo Governo, cabe ainda
ao Congresso discutir outras questões que o PAC traz à tona.
Por exemplo, as necessárias mudanças na política
macroeconômica que vêm sendo apontadas para que o programa
tenha êxito.
Economistas não-alinhados aos dirigentes do Banco Central vêm
alertando para a necessidade urgente de se cortar juros de forma mais
efetiva e de se mudar a política cambial. Esse debate que interessa
à população, ainda que pareça distante do
seu dia-a-dia, precisa ser travado pelo Congresso, também de forma
comprometida. A lógica do mercado financeiro que se impõe
ao País desde os anos 90 precisa ser contestada de maneira eficiente,
a fim de se poder de fato levar adiante um plano de desenvolvimento. Deve-se
ter em mente que o PAC, ainda que não seja perfeito, é uma
ótima oportunidade para dar a largada à saída da
nossa pasmaceira econômica. Mas só terá esse efeito
se de fato acontecer. Eventuais equívocos devem ser corrigidos,
mas a diretriz pelo crescimento há que ser priorizada.
Para os engenheiros, que lançaram no ano passado o projeto “Cresce
Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, que propugna pela volta
do crescimento com inclusão social, uma medida como o PAC vem ao
encontro de seus anseios, mesmo que não contemple completamente
as suas propostas. Comemora-se, portanto, a mudança de rumo em
direção a uma Nação mais justa e soberana.
Eng.
Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente
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