Opinião

Tecnologia é poder

Allen Habert

 

O projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” continua navegando nas ondas do sucesso.Concebido em agosto de 2005, elaborado com a participação de mais de 3 mil engenheiros e técnicos em 2006, influiu decisivamente junto ao Governo Federal, que lançou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em 2007.

Os exemplares do manifesto “Cresce Brasil” foram disputados no Congresso Nacional, por ocasião da recente posse da nova direção da Federação Nacional dos Engenheiros ocorrida lá.

O seu presidente, Murilo Celso de Campos Pinheiro, fez em seu discurso de posse, à frente de uma densa representatividade política, respaldado pela presença da força do movimento dos engenheiros de todo o País, uma análise comparativa das propostas do Cresce Brasil com as do PAC. Mostrou os acertos, os limites e as omissões desse programa governamental, que retomou depois de décadas o planejamento do Estado como indutor das forças desenvolvimentistas.

Fica claro que para empurrar e ampliar o PAC será necessária a mobilização de todas as forças democráticas interessadas nas mudanças. O momento agora é de organizar e enraizar em todos os estados conselhos tecnológicos para unir o mundo da engenharia, com o objetivo de implantar as propostas do Cresce Brasil em todos os níveis.

No Estado de São Paulo, serão constituídos 25 conselhos tecnológicos nas principais regiões.Um em cada uma das cidades em que há uma delegacia do SEESP. Cada Conselho Tecnológico Regional será formado por 40 engenheiros e técnicos da cidade-pólo e região. Serão 40 lideranças e animadores culturais, em conjunto com a direção da entidade, para articular e induzir os objetivos a serem implantados. O conselho tecnológico deverá ser organizado em diversos comitês, que contemplarão o Cresce Brasil no âmbito da empresa, da cidade, da região e do País. Basicamente, são eles:

• Emprego e relacionamento universidade-empresa;
• Qualificação e requalificação profissional;
• Inovação e produtividade;
• Urbano e da memória da engenharia e arquitetura;
• Energia, transportes e comunicações;
• Saneamento, meio ambiente e mudanças climáticas;
• Agricultura e soberania alimentar.

Será, portanto, montada nos 26 estados e no Distrito Federal uma verdadeira rede cooperativa inteligente, com a participação de representantes da engenharia, arquitetura, do mundo acadêmico, empresarial, associativo e sindical a serviço do desenvolvimento nacional e dos interesses das maiorias. Essa articulada e moderna rede da engenharia, ciência e tecnologia, portadora dos anseios e aspirações de muitos, será uma contribuição efetiva para unir as diversas regiões do País e auxiliar a transformá-lo numa nação empreendedora e inclusiva.

 

Allen Habert
Mestre (MSc) em engenharia de produção pela Escola Politécnica da USP, especialista em desenvolvimento tecnológico, foi membro do Conselho Universitário da Unicamp, é diretor do SEESP e coordenador do seu Conselho Tecnológico.

 

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