Giro paulista

Alimentos ajudam Marília a se desenvolver

Soraya Misleh

 

Cidade situada no Centro-Oeste paulista que reúne 53 indústrias desse segmento – 55 se forem levadas em conta bebidas –, Marília não à toa foi considerada a Capital Nacional do Alimento. Garantido através da Lei Municipal nº 4.566, de 17 de dezembro de 1998, o título lhe foi conferido, segundo explica Alexandre Martins, presidente da Adima (Associação das Indústrias de Alimentos de Marília), após estudo feito na localidade apontar os bons resultados do setor.

Um deles, indicado pelo secretário municipal da Indústria e Comércio, José dos Santos Reis, aponta que o segmento é o principal empregador, reunindo em torno de 6 mil trabalhadores.

Conseqüentemente, dinamiza a economia, ao colocar no mercado mensalmente cerca de R$ 6 milhões. O total representa a massa salarial dos funcionários das indústrias de alimentos de Marília – 54% do total no município. Dessas, ainda conforme ele, 25 são microempresas, 16 são pequenas, sete, médias e cinco, grandes – uma das quais a multinacional Nestlé. Ainda entre as maiores, a terceira principal fabricante de biscoitos do Brasil, Marilan.

De tudo o que é produzido no município em alimentos, Reis revela que em torno de 6% a 8% destinam-se à exportação. Em 2006 houve um crescimento nas vendas ao exterior de 20,3%, o que representou aproximadamente US$ 26 milhões. Do total, ainda de acordo com o secretário, 46% são chocolates e confeitos, 25%, biscoitos e 4%, amendoins. A África é o principal destino, seguida por Mercosul e Estados Unidos.

Os resultados ao município não são poucos. Além da garantia de arrecadação significativa aos cofres públicos, via pagamento de tributos, o setor assegura divisas e colabora a um nível de desemprego menor em relação ao País, como afirma Martins. Com todo esse potencial aproveitado, e ainda com capacidade de expansão, o pólo alimentício – ao lado do setor de metalmecânica – teve e tem papel importante no desenvolvimento de Marília, acredita o presidente da Adima.

 

Atrativos
O secretário municipal confirma: “Cria-se economia forte, o que resulta em qualidade de vida muito boa. Damos educação, saúde, segurança.” Além disso, escolas técnicas e de tecnologia se instalaram no local e universidades oferecem cursos de capacitação nesse segmento, como engenharia de alimentos. Não apenas aos profissionais da modalidade, mas à categoria como um todo, Marília torna-se, portanto, atrativa. “Aos engenheiros, a região é muito valorizada. Qualidade de vida gera movimentação e tem muitos setores que absorvem bem essa mão-de-obra”, atesta Reis. Conforme Martins, os municípios próximos a essa cidade acompanham a disposição local por receber indústrias de alimentos e têm várias delas instaladas “em Pompéia, Santa Cruz do Rio Pardo, Tupã”.

Segundo Reis, a cidade tem como atrativos para as indústrias do setor disponibilidade de mão-de-obra, apoio governamental, por exemplo com doação de terrenos, infra-estrutura adequada e logística. Conforme complementa o presidente da Adima, pesa ainda na decisão do empresário o fato de haver profissionais capacitados, treinamento facilitado e a presença na localidade de fornecedores de insumos e serviços.

A que o segmento se expanda, com resultados ainda maiores ao município e população, a entidade que comanda está empenhada em, com o apoio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), criar no médio e longo prazo o primeiro APL (arranjo produtivo local) da área em território paulista.

 

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