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06/10/2015

Engenharia para avançar em mobilidade urbana

O terceiro painel no IX Congresso Nacional dos Engenheiros (Conse), na tarde desta terça-feira (6), foi dedicado a questão premente ao desenvolvimento nacional: mobilidade urbana. Os expositores Jurandir Fernandes, ex-secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, e Dario Rais, secretário nacional de Transporte e Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, indicaram a premência do protagonismo dos engenheiros para avançar nesse segmento. Organizado pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e Sindicato dos Engenheiros de Mato Grosso do Sul (Senge-MS), o evento ocorre no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (MS), em Campo Grande (MS), até amanhã (7). Confira transmissão ao vivo.

 

Dialogando com a categoria, Rais apontou desafios a esses profissionais na gestão da área em questão. Segundo ele, o primeiro é conceitual, quanto à compreensão do que significa mobilidade urbana, que é “dar condições às pessoas se deslocarem com segurança e fluidez para seus destinos”. A partir desse entendimento, o secretário apresentou o segundo desafio: planejamento da cidade, pensando o uso do solo, trânsito, transporte e a consolidação de áreas mistas (residenciais e industriais). “É preciso pensar como a cidade vai crescer de modo a aproximar as origens e os destinos. Isso é tarefa dos engenheiros.”

 

Como lembrou Rais, sobretudo em pequenos municípios, ficou demonstrada essa dificuldade com a obrigatoriedade de aqueles com mais de 20 mil habitantes elaborarem planos de mobilidade em três anos a partir da Lei Federal 12.587/2012, que instituiu as diretrizes ao segmento. “Dá para contar nos dedos de uma mão quantos já fizeram. E a partir de 12 de abril último, quem não faz plano, não tem recursos para obras. Superar isso depende dos engenheiros”, enfatizou. O secretário sinalizou a possibilidade de convênio com o Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), mantido pelo SEESP e apoiado pela FNE, para auxiliar a capacitação aos pequenos municípios para que possam cumprir com esse compromisso. Rais salientou ainda outros dois desafios: do empreendimento, com projeto de qualidade, e do financiamento, com participação da iniciativa privada. De acordo com ele, atualmente sua pasta conta com uma carteira de mobilidade de 400 empreendimentos, com destinação de R$ 153 bilhões, a maior parte oriunda da União.

 

Destacando o protagonismo dos engenheiros para “fazer acontecer”, Fernandes colocou como central investir pesadamente em infraestrutura e desenvolvimento tecnológico nacional. “É praticamente consensual que a população do planeta vai crescer mais 2 bilhões até 2050 e 75 milhões de pessoas irão para as cidades nos próximos 35 anos. Vamos continuar a ter problemas de mobilidade”, observou. E alertou: “Vemos a irracionalidade na ocupação do solo, com lógica perversa de criação de guetos e exigência de deslocamentos para trabalhar, e a disparidade no uso do viário com predominância do transporte individual. Até quando vamos conseguir fazer com que se reverta com mais intensidade esse quadro?” Na sua concepção, é crucial haver planejamento integrado e a participação da categoria não só na realização de projetos e obras, mas na definição de políticas para o setor. Compuseram o painel também os diretores do SEESP, Edilson Reis, e da FNE, Odinéa Melo e José Luiz Lins. A mediação coube a Fernando Palmezan Neto, coordenador técnico do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa da federação.

 

 

 

Soraya Misleh/Imprensa SEESP 

 

 

 

 

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