Engenheiros e arquitetos da Prefeitura de São Paulo foram convidados oficialmente a participarem da reunião do Colégio de Líderes da Câmara Municipal nesta terça-feira (3/6), às 14h. O convite foi feito pelo vereador Nelo Rodolfo (PMDB), que integra a base do governo na Casa, durante reunião das categorias, que terminou por volta das 14h desta segunda-feira (2/6). De acordo com balanço divulgado, pelo menos 60% dos trabalhadores estão com atividades paralisadas. Entre as decisões está a participação no Colégio de Líderes e a formação de grupos técnicos de trabalho para estudo de formalização de nova legislação para a categoria.
Fotos: Beatriz Arruda/SEESP
Servidores continuam mobilizados por reajuste salarial
“É preciso valorizar engenheiros e arquitetos do município com plano de carreira específico”, defendeu Nelo Rodolfo, que se comprometeu a lutar por uma legislação mais adequada aos servidores que, atualmente, estão submetidos à Lei Salarial 13.303/02, que permite ao executivo municipal conceder reajuste de apenas 0,01%. Desde maio de 2007, os servidores do município, incluindo os engenheiros, acumulam perdas inflacionárias de 49,46%, segundo o INPC/IBGE.
Também esteve presente na reunião, com cerca de 300 participantes, o vereador Toninho Vespoli (Psol), que também declarou solidariedade à luta unificada dos engenheiros e arquitetos.
O vereador Nelo Rodolfo participa da reunião de engenheiros e arquitetos
"Nunca houve um movimento tão forte de engenheiros e arquitetos. Também há outras categorias de nível superior que estão paralisadas. Em todos os nossos encontros e assembleias vem muito profissional dar a sua contribuição, o seu testemunho", destacou. Os trabalhadores voltam a se reunir na manhã de terça (3), pouco antes de seguirem à Câmara.
Por sua vez, a Prefeitura propôs remuneração a partir de subsídios que desconsideram as especificidades das diferentes atribuições e transforma todos os profissionais em analistas, com reajuste de 30% para engenheiros e arquitetos, somente a partir de 2017 e apenas àqueles em início de carreira.
Balanço e Copa
De acordo com balanço feito pelo delegado sindical do SEESP, Sérgio Souza, pelo menos 60% dos engenheiros e arquitetos da prefeitura estão com atividades paralisadas. Já o levantamento feito nos setores separadamente tem-se: nas subprefeituras 45% não estão trabalhando; nas secretarias a adesão chega a 70%, totalizando 90% na Secretaria de Licenciamento.
“Nas subprefeituras e algumas secretarias mantemos o plantão de atendimento à população e eventuais casos emergenciais como quedas de muros e árvores. Não temos a intenção e prejudicar à população. Pressionamos o poder público”, explica Sérgio Souza.
Já o representante do SEESP, Carlos Hannickel, lembrou que a paralisação também não pretende prejudicar a realização da Copa do Mundo. “Nossa manifestação não tem nenhuma relação com a Copa do Mundo e em nada vai afetá-la. Aliás, pelo cronograma de obras da prefeitura, tudo já está pronto. Não existe mais nada que comprometa o megaevento. O que houver agora é só de responsabilidade do Executivo e comitês responsáveis por sua realização”, frisou Carlos Hannickel.
Deborah Moreira
Imprensa SEESP