Hélio da Fonseca Cardoso*
O sonho de comprar um veículo mais novo e confortável está na cabeça de todo o brasileiro. Fazemos um grande esforço para adquirir aquele veículo que sempre quisemos e finalmente conseguimos.
Quando o sonho se torna realidade pensamos em usufruir da melhor forma possível, mas geralmente nos esquecemos de que por ser uma máquina, o nosso veículo requer manutenção, corretiva e preventiva.
A manutenção corretiva é requerida quando o problema já foi constatado e tem que ser reparado para que possamos continuar utilizando nosso veículo. Além do custo da reparação, neste caso, corremos o risco de que o problema ocorra durante uma viagem, numa estrada, à noite em lugares não recomendáveis, ou seja, o custo não é somente aquele da reparação, demanda a presença de um mecânico ou eletricista no local e, pior ainda, a utilização de um guincho para remover o veículo para uma oficina.
Vejamos, então, que a manutenção corretiva tem custos envolvidos que não computamos, mas existem.
Portanto, a manutenção corretiva é inevitável em alguns casos, uma vez que não é possível determinar a vida útil de todos os componentes de um veículo, porém, o caminho correto é o da manutenção preventiva.
No caminho oposto da manutenção corretiva está a preventiva. O nome já diz tudo, prevenir que ocorra um problema. E qual a vantagem desse tipo de trabalho?
Podemos considerar preventiva até a troca de óleo lubrificante e filtros do motor, o que evita problemas técnicos e aumenta a vida útil do motor.
Se observarmos o manual do proprietário do nosso veículo verificaremos que muitos itens deveriam passar por manutenção preventiva, o que geralmente não ocorre. Quem realiza a troca o fluido de freio na época determinada? E o líquido refrigerante do radiador? A correia dentada do motor? As pastilhas de freio? Todos e outros tantos itens de manutenção preventiva que são relegados ao segundo plano e que provocam falhas durante o uso do veículo.
Até mesmo itens que só lembramos quando ocorre uma pane deveriam ser substituídos preventivamente, lembro-me, neste momento, da bateria. Normalmente este componente nos deixa na mão em momentos em que mais precisamos e fatalmente perderemos tempo para solucionar a falha. Se efetivássemos a troca preventivamente, isso não ocorreria.
Mas neste caso como realizar a manutenção preventiva? A grande maioria das baterias à venda não possibilita a manutenção, pois são seladas, mas podemos verificar periodicamente seu estado, assim como se o alternador está carregando conforme requerido.
Outros itens devem ser verificados preventivamente, tais como alinhamento e balanceamento para evitar que os pneus se deteriorem precocemente, em alguns casos a vida útil pode ser duplicada realizando estes serviços.
Quantas pessoas efetuam periodicamente a verificação dos faróis, não me refiro à troca de lâmpadas, mas à regulagem dos faróis para melhorar a visualização e evitar o ofuscamento dos veículos que vêm em sentido contrário.
Obviamente, a maioria das manutenções preventivas deve ser realizada por pessoal habilitado com equipamentos e ferramentas corretas.
Algumas delas, porém, podem ser realizadas pelo proprietário do veículo. Elementar, porém, poucos o fazem é a calibração dos pneus conforme determina o fabricante, ou ainda a troca das palhetas do limpador de para-brisa.
O consumidor no Brasil tem demonstrado nos últimos anos grande afinidade por veículos, mas deixa de lado o fator principal para que possa lhe dar segurança e conforto: a manutenção.
E nesse sentido, a principal é a manutenção preventiva que se for realizada de forma correta reduzirá nossos custos com o veículo e preservará nosso prazer de dirigir, segurança e conforto.
Pense nisso e aproveite melhor seu veículo.
* Engenheiro mecânico; professor do curso de Inovação nos processos de inspeção e manutenção veicular do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec); membro da Comissão Técnica de Segurança Veicular da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA); diretor do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de São Paulo (Ibape), nas gestões 2010/2011 e 2012-2013