NOVOS RUMOS


Desafios marcam posse da nova diretoria do SEESP

Novos Rumos inicia seu trabalho defendendo o emprego, a melhoria nas condições de trabalho, a promoção da engenharia e a ampliação dos serviços aos associados.

No dia 21 de agosto último, tomou posse a diretoria do SEESP para a gestão 1998-2001. Seus 357 integrantes em todo o Estado, comandados pelo engenheiro Paulo Tromboni de Souza Nascimento, assumiram cientes dos desafios que terão pela frente.

A capacidade de construir uma visão coletiva e uma ação conjunta é o eixo articulador que tem marcado as sucessivas direções da entidade desde a criação do Movimento Renovação, em 1980, que nasceu para mudar radicalmente a face da entidade. Desde então, as seis gestões que se sucederam assumiram esse compromisso. "A construção coletiva é resultado do trabalho de liderança, retratando na ação de cada um dos dirigentes, que a cada momento se renova", afirmou Tromboni, refletindo sobre o papel do então presidente Ubirajara Tannuri Felix, dizendo que desde o início ele soube se impor como liderança máxima da entidade e aos poucos ir fiando os laços de uma construção coletiva, que não se finda; continua na gestão que inicia. "Ela não pode ser abandonada em momento algum, porque a construção do acordo social é cotidiana, faz parte do esforço permanente de criar as condições para que a categoria se erga e lute", sentenciou Tromboni.

Solenidade

Para reafirmar esses compromissos aos engenheiros associados ao SEESP, e apresentar-lhes a Diretoria que estará à frente da entidade no triênio 1998-2001, o Sindicato organizou uma grande festa no Buffet Torres, no último dia 19 de setembro, aproveitando as comemorações dos 64 anos da entidade, completados dois dias depois. Aproximadamente mil pessoas, entre profissionais da categoria, personalidades da tecnologia e autoridades, estiveram presentes ao evento, que, além da posse solene, abrangeu coquetel de confraternização e jantar dançante. No ensejo, Tromboni discursou, considerando a ocasião boa para refletir sobre a contribuição que os engenheiros brasileiros podem dar ao projeto e construção de um País socialmente mais justo. "Mergulhar sob a água, percorrer os céus, ver o interior das pessoas e coisas, acender uma lâmpada em nossa sala de estar, abrir uma torneira na cozinha, atender o telefone no escritório são feitiços cotidianamente realizados pelo concurso de uma engenharia sofisticada... Infelizmente, um comércio exterior desequilibrado, o baixo crescimento econômico e um ambiente interno pouco propício à engenharia e inovação são remédios letais para a inteligência aplicada brasileira, tanto nas empresas nacionais quanto estrangeiras... Devemos ser hoje cerca de 70 mil engenheiros engajados no desenvolvimento de novos produtos e processos, na implantação, operação e, recentemente, recuperação de empreendimentos sociais e econômicos na indústria, serviços e infra-estrutura. A microcefalia tecnológica da economia, a redução da atividade de inteligência prática das empresas e instituições brasileiras é fenômeno difícil de reverter e acarreta graves conseqüências para o sonho de superar a miséria... Para o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, esse quadro desafiador coloca a necessidade de novas estratégias e formas de atuação. Novos Rumos é apenas a versão atual do Movimento Renovação, que há 20 anos deu início a uma mudança profunda de paradigma na condução de uma entidade sindical de classe média..."

Presidente na gestão 1995-1998, Ubirajara Tannuri Felix destacou: "Quero compartilhar com toda a Diretoria os resultados positivos que conquistamos, que vão desde as boas negociações coletivas à consolidação do nosso patrimônio físico e profissional. O SEESP cresceu muito, tornou-se uma grande força, com o trabalho e a dedicação de todos os seus dirigentes, dessa e das gestões anteriores. Ajudamos a escrever algumas páginas de sua história. Passamos a Presidência a um grande companheiro, que já demonstrou, ao longo de sua militância, todo o seu valor. Temos a certeza de que ele irá conduzir com muita firmeza os rumos do SEESP, e continuaremos juntos ao que der e vier."

Reconhecimento geral

A proposta da gestão atual de continuidade e ampliação da atuação das anteriores demonstra o reconhecimento geral. "Um trabalho sério, discreto, mas que não perde o rumo", enfatizou o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Claudio de Senna Frederico, representando o governador do Estado. Tal opinião, inclusive, ultrapassa fronteiras, expandindo-se por todo o território nacional, conforme comprovou Jorge Gomes, presidente da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros). "Sua contribuição foi da maior importância, porque estabeleceu aqui no Estado de São Paulo as bases de unidade e organização da nossa categoria e o movimento sindical dos engenheiros."

Em São Paulo, essa expansão é demonstrada pelo SEESP, que, com a descentralização de suas ações, propicia o atendimento aos engenheiros em todo o Estado. Paulo Eduardo de Grava, presidente da Delegacia Sindical do SEESP em Bauru, representando as diretorias regionais no interior, ressaltou: "As Delegacias Sindicais, hoje num total de 24, espalhadas por todo o Estado, caracterizam plenamente a extensão e abrangência do trabalho desenvolvido por nosso Sindicato. Registro a importância do nosso papel de elo de ligação entre a Diretoria estabelecida na Capital e os profissionais, onde estiverem. Estaremos sempre atentos no sentido de defender seus direitos, criar-lhes novas oportunidades de trabalho, estimular a engenharia social, como também acompanhar o correto emprego das verbas públicas voltadas às obras da engenharia."

Papel de destaque

São ações como essas que tornam o SEESP uma entidade respeitada por todos. "É importante ressaltar seu papel de destaque para a independência e soberania tecnológica do nosso País", declarou Elizabeth Tortolano, presidente do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo). "O SEESP é um parceiro que sempre foi e estará presente na luta pela valorização profissional", considerou o presidente da Faeasp (Federação das Associações de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos do Estado de São Paulo), José Eduardo de Paula Alonso. A opinião é compartilhada com José Eduardo Anzaloni, presidente da Federação das Associações de Engenheiros Agrônomos do Brasil, que acrescentou: "Precisamos nos unir cada vez mais para fortalecer esse Estado." Falando como engenheiro sindicalizado há mais de 30 anos, João Oswaldo Leiva, presidente do PMDB e representante do candidato Orestes Quércia, salientou a contribuição da categoria e do sindicato que a representa ao desenvolvimento do País e do Estado. "Essa nova diretoria deverá enfrentar desafios, mas acredito que a experiência adquirida e a tradição de unidade e continuidade de idéias e posicionamentos lhe dará força", concluiu. "O Tromboni tem todas as características de formação e de luta para comandar o Sindicato nessa hora dificílima da economia", concordou Manoel Carvalheiro, representando Almino Alfonso. Por tudo isso, João Ariovaldo D’Amaro, presidente da Seam (Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos Municipais de São Paulo), creditou ao SEESP a "liderança da engenharia no Estado de São Paulo".

Celson Ferrari, diretor representante dos empregados do Dersa, simplificou: "Os sindicatos sempre serão necessários para defender os empregados. E cada categoria deve ter o seu, porque cada uma tem suas qualidades específicas." Na concepção de João Abukater Neto, na ocasião representando o prefeito Celso Pitta, saber se organizar e lutar sem romper com os compromissos dos trabalhadores e agüentando pressões dos patrões sempre foi o grande desafio dessas entidades. "De 20 anos para cá, o Sindicato dos Engenheiros avançou muito nisso", observou.

De acordo com Luiz Carlos de Alcantara, presidente da Aeamesp (Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo), o papel do Sindicato agora é também brigar para manter os empregos e os cargos profissionais hoje existentes no mercado. Também na opinião de Amauri Pollachi, presidente da Associação dos Profissionais Universitários da Sabesp, o SEESP tem um papel fundamental nesse momento, com a globalização, "no sentido de alavancar condições para que a tecnologia nacional não se desintegre". Segundo acredita Levi Montebello, presidente da Aeasp (Associação dos Engenheiros e Agrônomos no Estado de São Paulo), qualquer forma de organização coletiva é de suma importância para esse momento no País.

Para o presidente estadual do PSDB, Antonio Carlos de Mendes Thame, a participação dos engenheiros e do seu sindicato é essencial. "Instituições como essa são intermediárias da democracia, a qual só se consolida quando a população deixa de ser uma massa de manobra, sem condições de expor suas opiniões", ressaltou.

Mergulho na história

Conforme acredita Antonio Funari Filho, delegado regional do Trabalho, o SEESP compreendeu as mudanças e é o primeiro sindicato que consegue estar preparado para os embates deste fim de milênio e do começo do outro. "E, ao contrário de muitos, ao invés de se esfacelar, se fortificou, estando presente no Estado todo. Ele participou ultimamente dos fatos mais importantes da história do Brasil, tendo a sensibilidade de compreender que não pode ficar circunscrito apenas a sua categoria."

"O Sindicato tem um papel muito importante na defesa não só do profissional, mas também da engenharia", avalizou André de Fazio, presidente do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo). Esdras Magalhães dos Santos Filho, presidente eleito do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), constatou: "O atual contexto reflete a importância da entidade pelo menos nos últimos 15 anos na história do Brasil. Basta dizer que foi o SEESP o primeiro sindicato de trabalhadores do País a atentar pela necessidade da requalificação da nossa mão-de-obra frente ao quadro de transformação do mundo produtivo moderno. Hoje, podemos dizer que o SEESP é talvez o único sindicato de categorias diferenciadas organizado organicamente no Estado, e, mais que isso, em nível nacional. Talvez seja o maior Sindicato de profissionais liberais da América Latina."

Os desafios estão postos. Caberá à direção que inicia seu mandato a responsabilidade de lutar pelo desenvolvimento da categoria, bem como da engenharia, e contribuir para as transformações tão almejadas pela Nação. O engenheiro Newton Lima, candidato a vice-governador pelo PT, defendeu "uma economia que consulte a ciência e a desenvolva, assim como a tecnologia e a educação superior, para que se possa gerar emprego e renda, de tal forma que a oitava economia do mundo faça jus a esse reconhecimento". "Possam os engenheiros do Estado de São Paulo, os grandes construtores de uma Nação efetivamente justa, contribuir ainda mais para que o Brasil deixe de ser o campeão mundial da desigualdade socioeconômica e se torne um dos primeiros em sociedades realmente civilizadas", enfatizou o senador Eduardo Suplicy.

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