Política do Emprego no País

 

Esse foi o tema da palestra proferida pelo vice-presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Almir Pazzianotto Pinto, no dia 26 de fevereiro último, no auditório do SEESP. Durante sua explanação aos engenheiros, ele lembrou estar havendo redução no mercado de trabalho em geral no mundo todo, ligada a uma preocupação com a contenção de custos. Na sua opinião, no caso do Brasil há ainda um complicador, além da falta de recursos: a expansão populacional. "Embora a taxa de natalidade diminua vagarosamente, a base de cálculo aumenta, e tem-se um crescimento em torno de 3 milhões de habitantes por ano. Daqui a 25 anos, chegaremos a mais de 200 milhões, e não temos economia para isso. Essa questão, em minha avaliação, pode continuar se agravando e precisaremos enfrentá-la", afirmou, complementando: "Caso contrário, em breve não haverá mais emprego ou teremos uma precarização muito grande, uma eliminação do mínimo de garantias necessárias a uma pessoa."

A desestatização é outro fator que vem contribuindo para o aumento do desemprego e do mercado informal, conforme enfatizou o engenheiro Horácio Ortiz, ex-presidente do SEESP e atual diretor do Conselho Deliberativo e Consultivo do Instituto de Engenharia. "A privatização a galope das empresas públicas, até antes da implantação das agências de regulação, gerou uma série de distorções, particularmente a dispensa indiscriminada de engenheiros às centenas, com o fito de economia. As deficiências de operação nessas empresas surgiram imediatamente, pois um corpo técnico de elite foi desbaratado." Ainda de acordo com ele, a fiscalização do comportamento de tais companhias deve ser feita em conjunto pelo Crea-SP, Instituto de Engenharia, SEESP e a Delegacia Regional do Trabalho, evitando, assim, a demissão desnecessária de profissionais.

 

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