CONSELHOS PROFISSIONAIS


Congresso Nacional derrota pretensão do Confea de deixar tudo como está

As propostas aprovadas no evento ampliam a participação dos profissionais nos rumos do Sistema, e demonstram seu desejo de mudanças, contrariando os objetivos do órgão federal.


Aconteceu na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, entre os dias 18 e 21 de maio último, o Congresso Nacional de Profissionais, com o intuito de debater a nova estrutura e organização do Sistema Confea/Creas. A julgar pelas pretensões do Conselho Federal esboçadas no anteprojeto que elaborou para pautar as discussões sobre o tema, o evento escancarou a distância de idéias e objetivos existente entre os que hoje dirigem tais órgãos e aqueles que os sustentam, vivendo as conseqüências de sua inexpressiva atuação: os profissionais neles jurisdicionados.

A delegação de São Paulo, em um esforço conjunto com as de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, garantiu, quando não avanços, a permanência de regras que asseguram possibilidades de interferir no funcionamento do Sistema, de forma mais efetiva e próxima das realidades locais. Assim, os profissionais e suas lideranças, inclusive o SEESP, saíram vitoriosos ao defender a autonomia dos conselhos regionais em relação ao Confea, ameaçada pela vocação centralizadora daqueles que aspiram por Creas dependentes e submetidos aos mandos e desmandos de poucos. Os profissionais também ganharam ao excluir a Mútua do Sistema. Agora, desvinculada dos conselhos, ela será regionalizada, ficando 85% de seus recursos nos estados que os geram.

As eleições diretas à presidência dos conselhos, postas em cheque, não só foram mantidas, como ampliadas: neste ano, para os órgãos regionais e o federal, o pleito será por chapas, compostas pelos candidatos a presidente, vice-presidente, secretário e tesoureiro. Até mesmo o processo para escolha de conselheiros, indicados pelas entidades após votação direta envolvendo suas respectivas categorias, foi questionado. Todavia, o propósito de modificá-lo foi em vão; manteve-se a competência das instituições para a eleição desses membros.

O objetivo de recolocar a fiscalização do exercício profissional como função precípua do Sistema ficou claramente demonstrado no evento. Tanto que a proposta inicial era de destinar apenas 20% das verbas dos conselhos às atividades diretamente relacionadas a essa finalidade, e decidiu-se dobrar esse percentual. Embora ainda insuficiente, tal incremento representa o primeiro passo para a melhoria almejada.

Outra conquista importante foi assegurar ao Congresso Nacional de Profissionais o caráter de instância máxima deliberativa do Sistema Confea/Creas, institucionalizando a participação dos profissionais nos rumos do conselho.

 

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