CAMPANHA SALARIAL

 

Impasses nas campanhas salariais estão sendo resolvidos na Justiça

Como já era de se esperar, essa campanha salarial tem sido marcada pela intransigência das empresas até mesmo em assegurar a manutenção das conquistas anteriores. Conseqüentemente, a instauração de dissídio vem sendo um instrumento bastante utilizado, tanto pelo SEESP quanto pelo patronato, exigindo-se a intermediação da Justiça para se alcançar consenso. Tendo em vista a situação do País, agravada pela política neoliberal instituída pelo atual governo, algumas companhias chegam ao absurdo de "propor" reajuste salarial zero, ignorando a necessidade de reposição de perdas. Outras negam-se a manter o nível de emprego, demonstrando antecipadamente a intenção de dispensar trabalhadores, especialmente via PDIs (Planos de Demissão Incentivada). Nas empresas privatizadas, além de encontrar dificuldades afins, os sindicatos enfrentam, muitas vezes, batalha pelo reconhecimento da sua representatividade. A nova administração da Comgás não criou esse tipo de empecilho, e nessa companhia, as negociações evoluíram.

No setor de consultoria, também foram observados alguns avanços, como reajuste de 4% aos engenheiros, estendido aos pisos salariais. Tal índice, na atual conjuntura, é significativo. Resultado positivo foi alcançado ainda no Dersa, na Cesp e Elektro, com os engenheiros aprovando em Assembléias a proposta apresentada pelas empresas, que inclui, nas duas últimas, prorrogação dos acordos coletivos.

Ao lado, o desenrolar do processo nas diversas companhias em que atuam profissionais da categoria.

Ferroban - Com data-base em 1º de janeiro, os engenheiros que atuam na empresa reivindicam a prorrogação do Contrato Coletivo de Trabalho. A Ferroban apresentou contraproposta, rejeitada por unanimidade nas assembléias realizadas nos dias 14 e 16 de junho, respectivamente em Araraquara e Campinas. Tal deliberação foi encaminhada à companhia que, em resposta, agendará reuniões de negociação para tratar especificamente da cláusula de indenização em caso de demissão referente à unilateral e prorrogou a vigência do Acordo 1998 por mais 30 dias.

Data-base em 1º de maio

Sinaenco - No setor de consultoria, está havendo avanços nas negociações entre o SEESP e o Sinaenco. O reajuste de 4% proposto pelo patronato foi aceito pelos engenheiros, e estendido aos pisos salariais. Além disso, ficam mantidos os principais itens do Acordo Coletivo 1998.

Cetesb - A empresa entrou com pedido de dissídio contra o SEESP esgotando, de forma unilateral, as possibilidades de negociação. Até o fechamento desta edição, não havia ocorrido a audiência de instrução. O Sindicato, no intuito de garantir os interesses da categoria, também está ingressando com pedido de dissídio contra a Cetesb.

Metrô - O SEESP ainda está aguardando o julgamento do dissídio coletivo de greve desencadeado pelo Metrô. E continua fazendo gestões junto à empresa para viabilizar a assinatura de um acordo. Enquanto isso, as cláusulas do Contrato Coletivo 1998 permane-cem em vigor. Já o julgamento do dissídio coletivo impetrado pelo SEESP contra a companhia, referente ao pagamento da PLR 1998 (Participação nos Lucros e Resultados) foi adiado e nova data será definida em breve. Isso por que, em audiência ocorrida no dia 21 de junho último, um juiz pediu vistas do processo.

Sabesp - Até o fechamento desta edição, a audiência de instrução e conciliação no TRT, relativa ao dissídio coletivo instaurado pelo SEESP contra a Sabesp, não havia acontecido. Enquanto se espera o julgamento final, está assegurada a manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho 1998.

Dersa - Após a audiência de instrução e conciliação do dissídio coletivo instaurado pelo SEESP contra o Dersa ocorrida em 6 de junho último, a empresa, frente à proposta do Tribunal, apresentou contraproposta que, representando significativo avanço nas negociações, foi debatida e aprovada em assembléias setoriais na companhia, realizadas no dia 23 último. Entre os seus principais itens, está o índice de 3% de reajuste salarial extensivo aos benefícios. Além disso, em caso de dispensa imotivada, durante os três meses subseqüentes, fica assegurado ao profissional sem outro emprego efetivo seguro de vida equivalente a 12 salários base do empregado e manutenção do plano de assistência médica, inclusive aos dependentes. O SEESP continua negociando com a empresa, visando melhorar o acordo em vias de ser assinado.

CDHU - A intransigência da companhia em não querer conceder qualquer reajuste salarial levou o SEESP a recorrer à Justiça, ingressando com dissídio coletivo.

Cosipa - Estão em curso as negociações entre a Cosipa e o SEESP, visando a renovação do Acordo Coletivo deste ano, com a garantia da manutenção das cláusulas já existentes. Os itens econômicos, até o momento, não foram discutidos.

Data-base em 1º de junho

Codesp - O SEESP encaminhou proposta para solucionar eventuais problemas na nova estruturação na Codesp, com a implantação do Plano de Cargos e Salários. Enquanto discute o assunto com a categoria, através da realização de reuniões setoriais, e aguarda posicionamento da empresa, garantiu a data base dos engenheiros e a prorrogação do Acordo Coletivo 1998 por mais 30 dias. Nessa campanha salarial, houve uma primeira rodada de negociações na qual a empresa solicitou prazo para apreciação da pauta de reivindicações.

Comgás - As negociações com a companhia avançaram, tendo o SEESP reconhecida sua representatividade pela nova administração. A contraproposta já apresentada pela Comgás será analisada pelos engenheiros em assembléia.

CPFL - A empresa ingressou com pedido de dissídio coletivo contra o SEESP, embora não tenham sido esgotadas as possibilidades de negociação. A data de audiência de instrução e conciliação ainda não foi definida. O Sindicato continua fazendo gestões junto à CPFL para a assinatura de Acordo Coletivo.

Cesp e Elektro - Em Assembléias Gerais Extraordinárias realizadas no dia 25 último, os engenheiros aprovaram a proposta final apresentada por essas empresas, incluindo prorrogação do Acordo Coletivo para 2002 no caso da Cesp e 2001 no da Elektro. Quanto à primeira, entre os itens econômicos estão reajuste de 1,2% sobre o vencimento de maio/99, abono de 20% do salário nominal mais anuênio a ser pago em julho, e de produtividade de até 100% da folha, em abril de 2000. Já com relação à segunda, aumento de 1% também sobre o percebido em maio/99, abono de R$ 400,00 fixos acrescido de 15% da diferença entre o salário nominal e esse valor, bem como participação nos resultados limitada a 95% da folha (60% igual para todos e 40% proporcional ao vencimento de cada empregado. Sobre esse último item, até o fechamento desta edição, na Cesp as negociações ainda continuavam.

Veja também os Boletins da CESP, DERSA e SABESP

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