ESCASSEZ DE URNAS MARCA PLEITO E MENOS DE 2% DOS 
PROFISSIONAIS ELEGEM PRESIDENTE DO CREA-SP

Até o momento, não foi publicado o resultado oficial das eleições para o Sistema Confea/Creas, ocorridas em 10 de novembro último. A apuração terminou no dia seguinte e o prazo oficial para o Confea divulgar a informação seria 9 de dezembro. Apesar disso, os dados coletados pela fiscalização do candidato da oposição, Esdras Magalhães dos Santos Filho, permitem algumas análises a respeito do processo eleitoral. O primeiro fato a chamar a atenção é a exigüidade de votos, resultado da escassez de urnas instaladas para o pleito. Para se ter uma idéia, na eleição realizada em 1996, havia 343 no Estado contra as 128 de 1999. Na Capital, de 119 caiu para 16. Contrariando qualquer regra matemática ou de bom senso, somente 12,5% das urnas foram instaladas onde estão 33% dos eleitores.

Como conseqüência dessas alterações, o número de votos foi 43% menor do que na última eleição e o candidato vitorioso, que comandará um órgão que congrega cerca de 180 mil engenheiros, arquitetos, agrônomos, entre outros, foi eleito por minguados 5.700 votos ou 1,8% dos profissionais. Esdras, que concorreu como candidato da oposição com o apoio do SEESP, obteve aproximadamente 4.300. Embora tenha sido derrotado nas eleições, o ex-presidente do Sindicato aumentou seu percentual de votos em relação à eleição de 1996, especialmente na cidade de São Paulo, onde saltou de 47% no pleito anterior para 61% neste. Com esse resultado, venceu na Capital com 20% de votos a mais que o seu oponente, superando-o em 11 urnas.

Embora a redução das urnas tenha sido drástica, 14 novas cidades foram incluídas nessa votação, curiosamente resultando em aproximadamente mais 270 votos ao candidato da situação. Das 14, quatro foram instaladas na região de Santos, dando uma vantagem de 130 votos ao vitorioso.


Esdras avalia eleição no Crea
Apoiado pelo SEESP, Esdras Magalhães dos Santos Filho disputou a eleição como candidato da oposição propondo uma mudança completa no Crea-SP. De antemão, já avaliava que não seria fácil vencer, devido ao controle absoluto que a situação tinha do processo eleitoral, especialmente com relação aos locais de votação. "As urnas foram colocadas estrategicamente em todas as cidades com inspetorias do Crea, localizadas nas associações, e se concentraram no Interior do Estado de São Paulo. Isso beneficiou a situação e prejudicou os profissionais dos grandes centros, que não tiveram oportunidade de manifestar sua vontade", afirmou. Portanto, embora tenha sido derrotado, considera extremamente positivo o resultado alcançado. "É inquestionável que conseguimos formular um programa discutido com os profissionais e, conseqüentemente, pautar o Conselho para os próximos três anos." Isso se dá, segundo ele, porque o programa do candidato da situação foi uma cópia do seu. "A diferença é que discutimos nossas propostas por mais de seis meses em sucessivas reuniões com o conjunto dos profissionais. O fato de termos pautado a agenda do Conselho com assuntos de interesse dos profissionais, como as questões relacionadas aos seus problemas no dia-a-dia no mercado de trabalho, foi o grande saldo da eleição."

Esdras defende agora um trabalho de oposição propositivo: "O que estiver de acordo com o programa terá nosso apoio. Se fugirem disso, adotaremos outra postura. Vamos trabalhar em torno das questões programáticas, defendendo idéias e propostas em prol dos profissionais e das profissões."

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