OBRA DE ALEX FLEMMING É ATUAL DESTAQUE 
DO PROJETO ARTE NO METRÔ

Quem circula pela estação Sumaré do Metrô ou pela avenida sob ela tem a grata visão da obra do artista plástico brasileiro Alex Flemming, inaugurada em 1998 e até hoje causando impacto em quem a aprecia pela primeira vez. Desenvolvida sobre os vidros que já cercavam a estação, o trabalho reuniu fotos de pessoas comuns e poemas de autores consagrados, de épocas e estilos tão diferentes como José de Anchieta, Olavo Bilac e Haroldo de Campos, entre outros. Sobrepostos sobre faces desconhecidas, cada uma revelando um mundo próprio e as diferentes etnias que formam o povo brasileiro, os textos convidam o espectador a uma pausa na correria para casa ou emprego. Um elemento básico e importantíssimo do trabalho é estar perfeitamente inserido no projeto arquitetônico da estação, valorizado pela obra de arte, e em perfeita harmonia conceitual com o espaço, por onde transitam diariamente milhões de anônimos.

Desde a concepção do projeto, passando por aprovação pelo Metrô, busca por patrocínio e execução da obra, Flemming levou dois anos para terminar o trabalho. Os 22 rostos escolhidos foram selecionados entre os muitos encontrados por acaso, na rua ou no elevador. A técnica utilizada para imprimir as imagens nos vidros foi a serigrafia, cujo procedimento é o mesmo de outras utilizações do silk–screen, como a impressão de camisetas. A parte inicial do processo vem da fotografia, quando a sensibilização de uma emulsão por raios luminosos dá origem a uma tela de poliéster, correspondente ao negativo. Essa tela é colocada em contato com o vidro e sobre ela é distribuída uma camada de esmalte vitrificável, gerando a imagem.


Arte no Metrô
Entre os trabalhos recentemente implantados, o de Alex Flemming é o que causou maior repercussão. No entanto, o projeto Arte no Metrô, criado em 1988, já reúne nomes como Tomie Ohtake, Antônio Peticov, Cláudio Tozzi, Emanoel Araújo e José Roberto Aguilar, que hoje integram o acervo de 92 obras da companhia. Os trabalhos desses e outros artistas estão distribuídos pelas linhas azul, vermelha e verde, à disposição do usuário mais atento.

Quando foi criado o projeto, o Metrô adquiria as obras dos artistas. Depois, a companhia deixou de arcar com os custos de execução, instalação e inauguração e o próprio artista passou a buscar patrocínio da iniciativa privada. Hoje, há um banco de interessados em deixar seus trabalhos em exposição permanente em uma estação do Metrô, só à espera de apoio financeiro.

De acordo com André Mazzucatto, da Coordenadoria de Promoções e Eventos do Departamento de Marketing da companhia, antes de serem aprovados, esses artistas têm o seu currículo e sua proposta de trabalho para o Metrô analisados por uma comissão. "O projeto tem seus objetivos e critérios, o espaço e a arquitetura devem ser respeitados e a idéia é levar cultura às pessoas. Os artistas devem se ater a isso. Também conta como ponto negativo se houver interesse comercial por parte deles", informou.

Além das obras permanentes, há ainda exposições temporárias e outras manifestações artísticas nas estações, como música e teatro. "É uma oportunidade para desacelerar e ter acesso a criações de qualidade", ressaltou Mazzucatto.

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