Os engenheiros reunidos no I Encontro de
Engenheiros Empreendedores em 18, 19 e 20 de agosto de 2000, em Ibitinga
– SP, discutiram e aprovaram sugestões e recomendações para
implementar a política que o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São
Paulo vem desenvolvendo em relação aos profissionais autônomos e
empreendedores. Avaliou-se como uma ação extremamente positiva por parte
da entidade, em função da compreensão das mudanças profundas no
sistema produtivo e na economia, o lançamento do PEE (Programa do
Engenheiro Empreendedor). Esse programa de formação e apoio ao
empreendedorismo visa qualificar e apoiar engenheiros autônomos,
auto-empregados, desempregados, subempregados, micro e pequenos
empresários e empreendedores. Está assentado em quatro conceitos chaves:
comunidade, conteúdo, comunicação e crédito.
Os participantes do I Encontro de Engenheiros Empreendedores, indicados
em 17 reuniões realizadas ao longo dos últimos meses, na Capital e no
Interior do Estado, têm a consciência da necessidade da mudança
cultural da categoria e da sociedade em relação ao empreendedorismo e do
enraizamento dessa visão junto ao Sindicato e às entidades
representativas do movimento dos engenheiros e profissionais da área
tecnológica.
O SEESP deve agregar competência que lhe possibilite oferecer com rapidez
e qualidade produtos e serviços em empreendedorismo aos profissionais.
Agregar competências de serviços é o melhor caminho a ser trilhado,
para que se possa oferecer soluções em conteúdo (formação e
informação), acesso ao crédito e capacidade de comunicação com a
categoria e a sociedade. Estimular o espírito empreendedor junto aos
profissionais empregados e incrementá-lo junto aos autônomos,
empresários, professores e estudantes, concomitantemente à ação da
ampliação da democracia social, econômica e política no País.
Na sociedade do conhecimento, o acesso ao saber é o valor mais importante
para a formação da cidadania. A verdadeira riqueza das nações
transformou-se na capacidade que as sociedades e empresas têm de criar,
desenvolver, qualificar e requalificar seus profissionais ao longo de toda
a vida. Lutar contra o analfabetismo tecnológico e o aparthaid
digital são elementos da batalha para um desenvolvimento profissional
permanente, que depende de uma ação articuladora das entidades
representativas, poder público, instituições e empresas.
O SEESP deve aprofundar sua atuação na defesa do mercado de trabalho do
engenheiro, exigindo sua presença em obras e serviços de engenharia,
divulgando também informações e orientações sobre direitos, deveres e
ética profissional.
Criar meios e formas para conectar toda a categoria à Internet
transforma-se numa necessidade em defesa da valorização profissional e
da ampliação de oportunidades de trabalho. Desenvolver apoios
técnico-profissionais, convênios e parcerias são decisivos em áreas
como a requalificação profissional, equipamentos e instrumentos, seguro
de risco e responsabilidade profissional, normas técnicas e cálculo de
preços de serviços.
Incrementar o Portal do SEESP na Internet, abrindo novos serviços e
ferramentas como Balcão de Emprego, Negócios, Projetos e Serviços,
informações sobre o mercado de trabalho, softwares, redes de
negócios por área e integração dos profissionais, é uma necessidade
para alavancar a qualidade e a extensão do trabalho profissional.
A falta de crédito para o autônomo, micro e pequeno empresários e
empreendedores transforma-se num entrave estrutural para o desenvolvimento
econômico e social do País. Dobrar o crédito existente atualmente (25%
do PIB), facilitar o acesso do pequeno a ele, diminuir os juros bancários
e a carga tributária, injusta e desestruturante, são batalhas
fundamentais para minimizar a quebra das empresas e ampliar o nível de
emprego e renda da população.
Estimular o espírito e a ação cooperativas, partes integrantes da
cultura empreendedora, faz parte da conquista de uma economia solidária.
Nesse sentido, torna-se premente incrementar e desenvolver a Cooperativa
de Economia e Crédito dos Engenheiros no Estado de São Paulo rumo à
criação de uma agência bancária do Bancoob (Banco Cooperativo do
Brasil).
Por fim, o I Encontro de Engenheiros Empreendedores conclama todos os
engenheiros e profissionais da área tecnológica a se unirem em torno de
uma ação coordenada para a conquista e ampliação dessas sugestões,
ações e reivindicações, componentes da luta por uma sociedade mais
solidária, justa e empreendedora.
Ibitinga, 20 de agosto de 2000. |