MALUF PROMETE PROGRESSO PARA CAPITAL 
COM SEGURANÇA E NOVOS INVESTIMENTOS

O ex-prefeito Paulo Salim Maluf (PPB) fechou, em 30 de agosto último, o Fórum de Debates "A Engenharia e a Cidade" promovido pelo SEESP, que levou à sede da entidade os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. O evento recebeu anteriormente Marta Suplicy (PT), Luíza Erundina (PSB), Geraldo Alckmin (PSDB) e Romeu Tuma (PFL).

Maluf começou o debate lembrando sua formação de engenheiro na Escola Politécnica da USP, elencando suas realizações nos diversos mandatos que exerceu e, para negar a já famosa pecha de "rouba, mas faz", afirmou sua honestidade à platéia. "Vejo políticos profissionais, que estão aí há 30, 40 anos, que mentem com grande convicção. Mas, eu, como engenheiro, fico envergonhado de dizer alguma coisa que não represente exatamente a verdade."

Embora não tenha tratado da dívida paulistana, hoje em R$ 10,5 bilhões, que será deixada por seu sucessor, Celso Pitta, o candidato reconheceu que São Paulo hoje enfrenta problemas de investimentos. Ainda assim, assegurou que numa eventual vitória fará as obras necessárias à cidade. "Eu sou um investidor, adoro as obras que fiz e vou continuar porque é isso que garante desenvolvimento. O governo pode impulsionar o progresso ou a estagnação. Se não houver investimentos, não haverá bem-estar futuro", afirmou.


Segurança
O combate à violência, tema que tem sido a principal bandeira da campanha eleitoral, também mereceu destaque na palestra aos engenheiros. "Em 1999, morreram em São Paulo 5.700 pessoas. No Estado, acontecem hoje 59 homicídios por 100 mil habitantes a cada semana. Neste ano, serão roubados 120 mil carros, é uma verdadeira indústria do crime." Segundo Maluf, o medo de sair à rua diante dessa realidade vem fazendo com que as pessoas fiquem em casa, gerando queda no consumo e desemprego. "Mesmo casas pobres estão cercadas por muros de segurança. E a criminalidade não é só fruto do problema social. É preciso defender os direitos humanos dos humanos direitos, e não só dos bandidos."

Ele revelou ainda não ver problemas em ter que alterar a Constituição Federal para que o município tenha responsabilidade pela segurança, hoje a cargo do Estado. "Se há uma coisa que nunca se respeitou é a Constituição, mudaram até para reeleger o Fernando Henrique. Por que não vamos mudar para proteger 10 milhões de paulistas?" O candidato disse não apoiar, contudo, a unificação das polícias civil e militar. "As funções são diferentes: a militar é educada para conter rebeliões, pegar bandidos, dar tiro; a civil é científica. O delegado precisa ser bacharel em Direito, ao capitão basta ter boa pontaria."

Transporte e meio ambiente
Respondendo a perguntas da platéia, Maluf falou sobre questões ligadas ao meio ambiente e transportes públicos. Sobre esse último, ele afirmou que a Prefeitura deve ajudar o Estado na ampliação da malha metroviária e que defenderia a construção de uma linha na Zona Oeste da Capital, ligando Vila Madalena ao Butantã. Com relação à poluição ambiental, o candidato considera ser necessário que se produzam carros menos poluentes e se usem combustíveis mais limpos, como álcool e gás natural, já que hoje os veículos automotores são responsáveis por 92% da emissão de gases tóxicos. As invasões em áreas de mananciais, de acordo com Maluf, precisarão de uma solução técnica para evitar o seu comprometimento, mas ele descartou a retirada das famílias que hoje moram nesses locais. Para o acúmulo de lixo em São Paulo, a saída seria a instalação de dois grandes incineradores, selecionando-se o material orgânico para a produção de adubo e aproveitando-se a queima para gerar energia.

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