| 
       O I Encontro de Engenheiros
      Empreendedores realizado entre os dias 18 e 20 de agosto, em Ibitinga,
      precedido de 17 encontros regionais, consolidou a decisão do SEESP de
      traçar ações direcionadas aos profissionais liberais, autônomos,
      desempregados e micro e pequenos empresários. As atividades, que
      incluíram oficinas de trabalhos, resultaram na Carta de Ibitinga e numa
      série de propostas para que a entidade coloque em prática o PEE
      (Programa do Engenheiro Empreendedor). Uma ação concreta é o novo
      convênio firmado com o Sebrae-SP, instalando um Balcão de Negócios no
      SEESP. Estavam presentes Paulo Tromboni de Souza Nascimento, Murilo Celso
      Campos Pinheiro, Maria Célia Ribeiro Sapucahy e Esdras Magalhães dos
      Santos Filho, respectivamente presidente, vice-presidente, 1ª secretária
      e coordenador do PEE do SEESP, além de João Guilherme Vargas Neto,
      assessor sindical da entidade. 
       
      Para Vargas Neto, que falou na abertura, o SEESP é um exemplo de
      "instituição tronco", expressão cunhada em oposição à
      "instituição casca", criada pelo sociólogo inglês Anthony
      Giddens para definir um dos efeitos da globalização, que mantém as
      instituições na sua forma, mas as esvazia no conteúdo. "A entidade
      tem resistido a esse processo, reagindo na defesa dos seus interesses, e
      é capaz de produzir galhos novos e evoluir", afirmou. 
       
      Programação 
      As atividades foram intercaladas por exposições como o seminário
      "Perfil e formação do empreendedor", ministrado por Fernando
      Dolabela, professor da Universidade Federal de Minas Gerais). A empresa de
      participação Ecopar S.A. Empresa Comunitária foi apresentada por seus
      integrantes Jair Barbosa do Prado, presidente, Paulo de Tarso Tenório,
      vice-presidente do Conselho, Marcelo Nobre Garcia, acionista, e Manoel
      Garcia da Silveira Neto, conselheiro e presidente da Apep (Associação
      Paulista de Empresas de Participação). Sustentada no tripé "união
      de pessoas, capital e talentos", há três anos foi criada em
      Campinas a Ecopar S.A. Segundo Silveira Neto, são empresas de
      investimentos auto-sustentáveis, pois não dependem de capital financeiro
      de terceiros e sim da comunidade. Estabelecem-se na forma jurídica como
      Sociedades Anônimas de capital fechado, onde cada investidor é um
      acionista e, independentemente do capital aplicado, tem assegurado um
      voto. 
       
      "Programa Brasil Empreendedor e Empretec" foi o tema de José
      Eduardo Giorfi, representante do Sebrae-SP. O Empretec é voltado aos
      empresários e futuros empreendedores, em parceria com o Programa das
      Nações Unidas para o Desenvolvimento e a Agência Brasileira de
      Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores, que busca fomentar
      a criação e o desenvolvimento de micro, pequenos e médios
      estabelecimentos. Lúcia de Guaranis falou sobre o "Programa
      Inovar", da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) do Ministério
      da Ciência e Tecnologia. Ela explicou que a iniciativa é uma parceria de
      várias entidades, entre as quais Sebrae, BID (Banco Interamericano de
      Desenvolvimento), Petros — Fundo de Pensão da Petrobrás, Anprotec
      (Associação Nacional de Incubadoras e Parques Tecnológicos) e Softex,
      uma associação de empresas de software. A idéia é promover o
      desenvolvimento do capital de risco no Brasil, para o que dispõe de uma
      estrutura institucional que viabilizará alavancar o recurso às pequenas
      empresas de base tecnológica. 
       
      João Carlos Pasqualini, presidente da Coeceesp (Cooperativa de Economia e
      Crédito Mútuo dos Engenheiros em São Paulo), constituída em 1993,
      falou sobre as experiências nas áreas do cooperativismo. Na sua
      concepção, a finalidade de instituir cooperativas como essa "é
      tirar os intermediários da jogada". Ele defendeu a criação de uma
      cooperativa de empreendedores. 
       
      "Plano de negócios: como construir o sonho com os pés no
      chão" foi a palestra proferida por Allen Habert, ex-presidente do
      SEESP e diretor da Futuroscope Consultoria." Por falta de
      informação, planejamento e monitoramento sistemático, 80% das empresas
      fecham em cinco anos", alertou. Ele lembrou ainda a importância da
      educação à distância, idéia antiga defendida pelos engenheiros, hoje
      uma realidade que democratiza o acesso à informação e agrega valor ao
      profissional.  |