OPÇÃO PELA DECÊNCIA

Entre as oito cidades paulistas em que houve segundo turno das eleições municipais, sete tiveram como vencedores candidatos de centro ou esquerda: São Paulo, Campinas, Diadema, Mauá e Guarulhos ficaram com o PT; Mogi das Cruzes, com o PSDB; São José do Rio Preto, com o PPS. Mais que uma repentina "esquerdização" do eleitorado, a opção foi pelo discurso que defende honestidade e transparência no trato da coisa pública e respeito aos eleitores.

Preferiu-se a melhor reputação dos políticos pertencentes aos partidos populares à segurança de votar em nomes tradicionais, mas já carimbados com o selo da corrupção.

A situação é emblemática na Capital. Tradicionalmente conservadores na escolha de seus governantes, os paulistanos disseram não ao "rouba, mas faz" e, temerários, escolheram uma mulher, feminista, defensora das diversas minorias, inclusive homossexuais.

Cabe agora aos eleitos corresponderem às expectativas da população no que diz respeito à ética na política. E mais, provar que, além de honestidade, têm boas propostas e competência para implementá-las.

Enquanto as novas administrações não têm início, resta-nos comemorar o exercício da democracia, aprimorada pela instituição do segundo turno. O mecanismo, presente desde a Constituição de 1988, exige entendimento suprapartidário para os apoios necessários à vitória. E diferentemente do que se possa imaginar, esses não precisam ser negociações fisiológicas de cargos, mas sim um leque de comprometimentos mais abrangente no interesse da maioria.

O SEESP, como representante dos engenheiros, está à disposição de todos e espera estar presente nos conselhos municipais e nas diversas comissões onde sua experiência puder contribuir. Espera também ser respeitado no seu direito de representação dos engenheiros que atuam nas prefeituras e que os cargos técnicos sejam ocupados por profissionais habilitados.

Eng. Maria Célia Ribeiro Sapucahy
Diretora 1º Secretária do SEESP

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