ENGENHARIA DÁ SHOW À PARTE NO “ROCK IN RIO”

Um espetáculo de tecnologia e engenharia. Além das apresentações das bandas nacionais e internacionais – 143 no total –, é o que verão os espectadores do "Rock in Rio Por um Mundo Melhor", organizado pela America On Line Brasil e Arplan, a se realizar de 12 a 14 e de 18 a 21 de janeiro próximo. Para sediar o megaevento, em sua terceira edição, termina este mês a reconstrução da Cidade do Rock, em um terreno de 250 mil metros quadrados na Barra da Tijuca, zona oeste da capital carioca, onde se realizou a primeira versão, em 1985 – a segunda foi em 1991, no Maracanã. Segundo o engenheiro responsável pela obra, Roberto Kreimer, da Kreimer Engenharia, serão 30 mil m2 de área construída, com infra-estrutura projetada para receber 250 mil pessoas por dia. Engloba dois centros de alimentação e um de imprensa, dois shopping centers com 50 lojas, duas áreas VIP climatizadas com capacidade para mil pessoas cada, outras duas com computadores, disponíveis aos internautas, e dois beer garden (jardins da cerveja). "Temos sistemas de drenagem e telefonia, videoconferências e transmissão de imagens para telões nas tendas (espaços onde estão programados espetáculos diversos e até palestras) e três locais para shows", detalhou. Ainda de acordo com Kreimer, o principal deles, o "Palco Mundo", no qual se apresentarão 21 bandas nacionais e 21 internacionais, tem 40 metros de altura e 88 de boca de cena e é composto por três palcos móveis, o que propicia praticamente uma ininterrupção entre a saída de uma banda e a entrada de outra – concluída uma apresentação, em dois minutos é possível iniciar a próxima. Para a sua construção, estão sendo utilizados 15km de tecido (à Cidade do Rock, serão gastos 33km) e 200 toneladas de aço, 40% do total usado na obra toda. Por suas dimensões, poderá concorrer ao Guiness Book. "Todas as estruturas metálicas acabaram de ser montadas e estamos terminando de efetuar a pavimentação em microasfalto, um asfalto misturado com polímeros." Esse trabalho vem sendo feito nas áreas de localização das tendas, shopping e praças de alimentação (130 mil metros do terreno), enquanto a parte central onde ficará a platéia será gramada (88 mil m2). Para a segurança, além de sofisticado circuito interno de TV, conforme informações da Assessoria de Imprensa, cercam a área dois quilômetros de muro com três metros de altura.


BRILHO ESPECIAL
O efeito cinematográfico que exige um evento dessa envergadura também é obtido via Engenharia. "Uma das novidades em cenografia é a utilização de produtos importados, como o uso de lâmpadas de vapor metálico coloridas em grande parte da iluminação. A emissão das luzes em cores, sem necessidade de filtros, proporcionará um brilho especial. É uma obra muito rica em tecnologia", expôs Kreimer. Conforme ele, equipamentos de última geração estão sendo usados ainda para evitar demora no tempo de chegada do som aos ouvidos da platéia, com caixas acústicas leves e compactas e alto-falantes intermediários sincronizados nas várias distâncias, o que é feito por sistema computadorizado. Montar essa estrutura está sob a incumbência de cerca de dez engenheiros, bem como operá-la durante o "Rock in Rio", para evitar imprevistos como falta de luz, uma vez que estão sendo gerados no próprio local dez megawatts de energia. "Viabilizações como essa são complexas. Estamos trabalhando na coordenação do ‘Rock in Rio’ há quatro anos." No projeto, foram investidos R$ 60 milhões e o resultado será um show à parte. Para entrar na Cidade do Rock, as pessoas passarão por um globo de 50 x 50 metros com o barulho de um coração pulsando, cuja pintura é inspirada em uma foto da Terra, tirada do Apolo 17, a 64km de distância. Toda a concepção da obra segue a temática "Por um Mundo Melhor", que, segundo seus organizadores, é coerente com a proposta do megaevento, que pretende mais do que ser um festival de rock, mobilizar as pessoas pela paz e solidariedade. Tanto que, conforme dados da Assessoria de Imprensa, irá destinar cerca de 5% do valor líquido de todo o faturamento – previsto em R$ 240 milhões – para projetos sociais e educacionais. A abertura do "Rock in Rio" segue esse conceito. Às 19 horas do dia 12 de janeiro próximo, a Orquestra Sinfônica apresentará a música "Imagine", de John Lennon, e em seguida as emissoras de TV e rádio do País prometem silenciar por três minutos para que, de acordo com a Assessoria, cada um reflita sobre o que pode fazer por um mundo melhor.

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