SEESP ESTARÁ REPRESENTADO 
NO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

O evento acontece entre os dias 25 e 30 próximos, em Porto Alegre, simultaneamente ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, e será um contraponto a aquele acontecimento já tradicional, onde se promove e defende o neoliberalismo. Para o deputado estadual Renato Simões (PT-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp (Assembléia Legislativa de São Paulo), integrante da sua Comissão de Representação no Fórum Social Mundial, e, no ensejo, coordenador da mesa-redonda sobre Direitos Humanos e Soberania Nacional na América Latina, trata-se de uma iniciativa muito auspiciosa. "Depois de uma década de hegemonia neoliberal no Brasil, o País recebe pessoas do mundo inteiro, organizações não-governamentais, lideranças políticas, sindicais, religiosas, movimentos ambientalistas, enfim, um grupo muito amplo que vem discutir as alternativas mundiais a esse processo que marca o domínio hoje do capital financeiro transnacional. Para combatê-lo, a unificação de uma perspectiva internacional das suas vítimas é fundamental."

Nesse contexto, ele considera muito importante a presença de sindicatos como o dos engenheiros. Na oportunidade, esse estará abordando questões relativas a setores essenciais, incluindo os de saneamento e energético, bem como à habitação, apresentando o Promore (Programa de Moradia Econômica), instituído com sucesso em cidades do interior de São Paulo. "O SEESP tem uma tradição de participação em lutas políticas mais gerais do povo brasileiro, notabilizou-se não só pela defesa dos profissionais, mas também por posicionar-se sobre temas mais amplos de interesse da cidadania e dos trabalhadores. E representa uma categoria duramente atingida pelo neoliberalismo, particularmente o setor que atua em empresas privatizadas ou sucateadas. Então, com certeza, o depoimento do Sindicato dos Engenheiros será muito rico para mostrar a falácia do ‘privatismo’ brasileiro e suas conseqüências tanto para os trabalhadores quanto ao conjunto da sociedade", analisou. Simões afirmou ser positiva ainda "a composição bastante plural e representativa" das entidades de profissionais de São Paulo na ocasião.


CONTRA O NEOLIBERALISMO
A expectativa do deputado é que seja extraído do Fórum Social Mundial um documento que "possa sinalizar uma opinião dos participantes contra o neoliberalismo e em defesa de mudanças nas políticas econômicas decorrentes dessa doutrina" e que o acontecimento passe a ser realizado anualmente. Aliás, essa é a intenção dos promotores.

Integram o comitê organizador a Abong (Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais), Attac (Ação pela Tributação das Transações Financeiras em Apoio aos Cidadãos), CBJP (Comissão Brasileira Justiça e Paz, da CNBB–Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), Cives (Associação Brasileira de Empresários pela Cidadania), CUT (Central Única dos Trabalhadores), Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sócio-Econômicas), CJG (Centro de Justiça Global) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra).

O Fórum Social Mundial tem o apoio da Prefeitura local e do Governo do Rio Grande do Sul e será sediado no Centro de Eventos da PUC (Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre), onde acontecerão debates, conferências, oficinas e outros eventos e manifestações paralelas. No total, estima-se a presença de 6 a 7 mil pessoas.

Na agenda está o Fórum Parlamentar, a ocorrer nos dias 27 e 28, no qual Renato Simões também comparecerá. "O objetivo será intensificar a relação entre os opositores ao neoliberalismo nos vários países, e pretendemos em São Paulo, posteriormente, manter uma articulação entre as instituições e entidades que participarem, até para alimentar esse debate e reproduzi-lo aqui no Estado."

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