PREVISÃO METEOROLÓGICA CONTA 
COM TRABALHO DE ENGENHARIA

Nos dias de hoje, pouco adianta olhar para o céu de manhã e tentar adivinhar com ficará o tempo ao longo do dia. O mais seguro é contar com a tecnologia das previsões meteorológicas. No Estado de São Paulo, elas são feitas principalmente pelo Ipmet (Instituto de Pesquisa Meteorológica) da Unesp-Bauru (Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita"), sob direção do engenheiro meteorologista Maurício de Agostinho Antônio, graduado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Fundação Educacional de Bauru em 1976. Ele que já trabalhava na área de sensoreamento remoto da atmosfera, inicialmente ligado a satélites e posteriormente a radares meteorológicos, dirigiu sua formação ao uso dessa tecnologia aplicada na Engenharia, nas áreas de Recursos Hídricos e Hidrologia. Em 1984, na Escola de Engenharia de São Carlos da USP, concluiu o trabalho de mestrado intitulado "Considerações sobre Meteorologia com Radar". Em 1998, terminou o doutorado na Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp-Botucatu, defendendo tese na mesma área.

Hoje, o trabalho de Antônio inclui acompanhar o desenvolvimento de todas as tempestades que ocorrerem em São Paulo, inclusive na Capital, e emitir boletins de alerta, previsão do tempo e análise do monitoramento das chuvas. O resultado é colocado à disposição da sociedade gratuitamente na Internet, no endereço www.ipmet.unesp.br, e atende principalmente empresas agrícolas, de construção civil, lazer e turismo, produção e distribuição de energia, serviços de Defesa Civil, Polícia Rodoviária, prefeituras e a imprensa. O serviço prestado 24 horas por dia, com dados atualizados a cada 15 minutos, conta com 50 profissionais, entre pesquisadores, meteorologistas, especialistas técnicos, assistentes de pesquisa, engenheiros de manutenção, técnicos de eletrônica e outros nas áreas de informática e administrativa.


EXCELÊNCIA
A tecnologia com a disponibilidade de novos equipamentos de processamento de dados é responsável pelo aprimoramento dos chamados modelos numéricos de previsão do tempo, que utilizam equações matemáticas que procuram reproduzir o comportamento da atmosfera. "Atualmente, a previsão de 24 horas é quase infalível", garante Antônio.

A notoriedade do Ipmet lhe propiciou o envolvimento numa pesquisa promovida pela Nasa. O trabalho do instituto paulista dá ênfase às características das chuvas tropicais, principalmente às chamadas "Chuvas Severas", que provocam danos à população. Isso é possível devido à operação de radares nas cidades de Bauru e de Presidente Prudente, que permite levantamento completo da atmosfera do Interior do Estado, do Sudeste do Mato Grosso do Sul e do Norte do Paraná. Integra ainda um projeto internacional envolvendo 120 pesquisadores de todo o mundo, investigando conseqüências globais dos desmatamentos e queimadas na região Amazônica. O mentor do projeto é Carlos Nobre, do Cpetec (Centro de Previsões de Tempo e Estudos Climáticos) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). "Os resultados parciais começarão a ser publicados em revistas científicas neste ano."

Além disso, o Ipmet prepara-se para iniciar em 2002, no Estado de São Paulo, a implantação de uma rede de coleta de informações meteorológicas. O projeto, que deve estar a pleno vapor em 2003, é desenvolvido pelas universidades públicas paulistas Unesp, USP e Unicamp, com a participação de cinco secretarias de Estado — Ciência e Tecnologia, Agricultura, Meio Ambiente, Energia e a Casa Militar, que cuida da Defesa Civil.

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