Mais uma vez aproximam-se as eleições no SEESP. Como
tem sido a prática dos últimos sete mandatos, desde o início dos anos
80, uma nova direção se apresenta de forma unitária aos associados, com
a troca do presidente. Saio e assume um dos vice-presidentes da atual
gestão.
Murilo Celso de Campos Pinheiro revelou-se um dedicado batalhador das
causas da profissão. Engenheiro eletricista, funcionário da Cesp, foi um
dos mais destacados colaboradores da atual gestão. Como é praxe no SEESP,
o bom desempenho na atual gestão é parte dos méritos que um candidato a
presidente tem que trazer. Murilo tem história na casa. Já havia sido
vice-presidente por duas vezes em gestões anteriores. Também foi
presidente da Associação dos Engenheiros da Cesp e tesoureiro do Crea-SP,
onde representou o SEESP com valor.
Mais que experiência, competência demonstrada e disposição de luta,
Murilo também traz representatividade, reunindo à sua volta uma bela
equipe para conduzir os rumos do SEESP nos próximos anos. Como todos
sabem, a ação do Sindicato depende da dedicação voluntária de quase
quatro centenas de eleitos nas diretorias executiva, adjunta e delegacias,
assim como as representações na FNE e no Conselho Fiscal. Esse grande
time também vem se renovando a cada eleição. Mais uma vez, o SEESP
soube constituir um grupo coeso em torno de um programa para enfrentar os
desafios que a mudança do mercado de trabalho coloca para os engenheiros.
Mais que isso, esse time, liderado por Murilo, testado na luta, terá que
enfrentar o desafio de conduzir o SEESP num período de mudanças
profundas no País. É certo que o modelo político dominante nos anos 90
será questionado nas eleições de 2002. Os rumos gerais da economia
estão colocando o desafio de definir um modelo de desenvolvimento,
infelizmente ausente deste segundo mandato do presidente Fernando Henrique
Cardoso. A derrota da ala desenvolvimentista entre os apoiadores do
presidente adiou para o próximo ano o debate sobre o desenvolvimento
tecnológico e industrial do País.
Nesse debate, fundamental para a Nação, a nova direção do SEESP, com
Murilo à frente, enfrentará o desafio de carregar a bandeira do
desenvolvimento apoiado na Engenharia brasileira. Todos nós associados ao
SEESP teremos a oportunidade de ajudar a nova direção em sua tarefa de
construir e apresentar ao País novos diagnósticos e soluções para
superar o tropeço que a excessiva ênfase fiscalista do atual Governo nos
legará.
Como já se vê no debate sobre o racionamento de energia, há necessidade
de redefinir o papel do Governo e da iniciativa privada em segmentos
fundamentais da aplicação da Engenharia ao progresso do País. Oxalá,
na próxima quadra, se dê mais ouvidos aos engenheiros que aos
economistas e advogados quando o Brasil tiver que resolver problemas
fundamentais do desenvolvimento.
Do contrário, correremos o risco de continuar com o marasmo de visões
economicistas do desenvolvimento, falhando em entender que esse é um
processo condicionado pela realidade física e dependente da visão
empreendedora dos engenheiros para ser realizado.
Boa sorte à nova direção. Aos associados, peço o empenho e
participação nessa primeira eleição do SEESP no século XXI. Como
convém na ocasião, teremos o primeiro pleito eletrônico de nossa
história, dando um grande passo para incorporar a moderna tecnologia
digital e de telecomunicações ao cotidiano da democracia sindical. Cabe
aqui registrar o bom trabalho da Comissão Eleitoral, de novo presidida
pelo colega Fernando Gomes, a quem agradecemos pela iniciativa da
eleição eletrônica.
Num grito típico desta nova era, fruto da Engenharia: todos ao computador
para eleger a nova direção.
Eng. Paulo Tromboni de Souza Nascimento
Presidente