AQUECEDOR
SOLAR É SOLUÇÃO |
Em
tempos de crise energética, o chuveiro com aquecimento solar surgiu como
uma saída às famílias de baixa renda, na cidade de Americana. Testado
entre os dias 4 e 21 de julho último na residência de Cícero da Silva,
o Projeto Piloto Racional 1 superou as expectativas: banho quente
durante 17 dias, sem gastar eletricidade. Trata-se
de um projeto em que se aproveita a energia solar para aquecer água em
edificações unifamiliares de baixa renda, tema de dissertação de
mestrado defendida em fevereiro último por Ítalo Alberto Gatica Ríspoli,
engenheiro civil, mestre em Engenharia pela FEC-Unicamp (Faculdade de
Engenharia Civil da Universidade de Campinas) e professor do Centro Universitário
Unisal (Universidade Salesiana), unidade Americana. A Prefeitura local
já se comprometeu em financiar a
proposta. “A idéia é implantar 12 mil unidades nos próximos cinco
anos”, informa Ríspoli. O protótipo, composto por coletor solar, registro térmico, tubulações em polietileno, registros de esfera, regulador eletrônico, cavalete e instalação, custou R$ 350,00. O reservatório é feito de polietileno reciclado de produtos alimentícios, encapsulado por outro maior para efeito de isolamento térmico, isopor, respirador e regulador eletrônico. Nele, são armazenados 200 litros de água aquecidos pelo sol, possibilitando seis banhos de dez minutos cada, a 37º C. Se a reserva se esgotar, ainda será possível economizar energia, pois o regulador eletrônico permite que se use a eletricidade na medida necessária para fazer o aquecimento da água. Funcionará moderadamente nos quatro meses de frio e, nos oito de sol, o trabalho da resistência do chuveiro é anulado. O modelo propicia outras vantagens: conserva o chuveiro como instrumento economizador de água, a instalação não agride a residência, dispensa tubulações especiais para condução da água quente e pode ser reproduzido pelo próprio morador, bastando adquirir material para fabricar o reservatório. Ríspoli disse que firmou contrato de parceria com a Agricel, empresa do ramo de fiberglass, para fabricação do reservatório térmico, devendo estar disponível à população a partir do mês de setembro. O coletor solar será produzido pela Acma Aquecedores, localizada em Campinas.
Woelz, que abriu mão de direitos de patentes
sobre o projeto, acredita que o recurso possa beneficiar 27 milhões de
famílias no País. Para tanto, o objetivo é que o custo de fabricação
não exceda R$ 100,00. Além disso, serão comercializados vários tipos
de kits, adequados à necessidade e capacidade financeira de cada residência.
O aquecedor proporcionará sensível redução de consumo elétrico.
Se a temperatura alcançar de 20ºC a 23ºC, a água será aquecida a 40ºC,
com consumo de energia zero. Mas se estiver baixa, será aquecida pelo
menos a 35ºC, economizando 70% de energia. A Sunpower, em conjunto com a
Secretaria Estadual de Educação, instalou em caráter
experimental minikits em 900 escolas estaduais na Capital. |