ENGENHARIA DE TRÁFEGO EXIGE CRIATIVIDADE |
Ausência de monotomia e muitos desafios estão à espera de
quem opta por tal especialização. Em São Paulo, onde circulam
diariamente 5 milhões de veículos, cujo sistema vive no limite de saturação,
para atuar nessa área é preciso ser inventivo. A afirmação é do
engenheiro de tráfego da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego),
Milton Persolli. “Se acontece qualquer incidente, acumulam-se lentidões
e o reflexo disso é percebido por horas. O profissional precisa buscar
alternativas para remover interferências e dar fluidez ao trânsito,
mesmo em períodos de restrição orçamentária”, considera. E brinca:
“Atuar com essa estrutura é quase fazer mágica.” Apesar das dificuldades, Persolli, cuja carreira foi
consolidada na CET, onde ingressou em janeiro de 1978 como estagiário, no
mesmo ano em que entrou na faculdade, garante que seu entusiasmo é
praticamente o mesmo do primeiro dia de serviço. Engenheiro de produção
por formação, graduado na Universidade Mackenzie, com especialização
em Transporte pela Faculdade Mauá, o profissional afirma que a atividade
é bastante dinâmica e requer reciclagem constante, o que ele e sua
equipe de 130 funcionários sempre têm buscado. “Na própria companhia,
são ministrados cursos”, acrescenta. Atuação
diversificada A ação do engenheiro é fundamental, mas não
depende exclusivamente dele solucionar o problema do tráfego nas cidades.
“É imprescindível haver política conjunta de trânsito e transporte,
o que felizmente está sendo feito nessa gestão municipal.” Segundo
ele, o profissional, em uma empresa pública como a CET, acaba tendo que
redirecionar seu foco conforme as prioridades de cada governo. “Em São
Paulo, ele tem que atuar hoje pensando em transporte coletivo, em faixas e
corredores exclusivos, em melhorar a fluidez.” Além das mudanças de governos, os engenheiros de tráfego
veteranos tiveram que se adaptar a uma outra alteração: a municipalização
do trânsito. Prevista no Código Brasileiro de Trânsito, essa foi
realizada na capital paulista durante a administração da prefeita Luiza
Erundina. Persolli não reclama. Ao contrário, acredita que tal modificação
foi positiva e ampliou as possibilidades de emprego na área. “Muitas
cidades de porte médio estão começando a montar suas companhias, como
Campinas, Santos, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, e isso
sinaliza um mercado em ascensão não apenas neste Estado, mas em todo o
Brasil.” Segundo ele, há campo ainda para o engenheiro de tráfego
junto às rodovias, a empresas de transporte coletivo, de projetos e
consultoria. |