Aproximadamente 1.800
convidados, entre associados, sindicalistas e autoridades, compareceram à
comemoração promovida pelo SEESP (Sindicato dos Engenheiros no Estado de
São Paulo) em 22 de setembro último. O evento, realizado no Clube Monte
Líbano, marcou as festividades de 67 anos da entidade (criada em 21 de
setembro de 1934) e a posse solene da gestão
Trabalho–Integração–Compromisso, que comandará o Sindicato no
triênio 2001-2004, tendo como presidente Murilo Celso de Campos Pinheiro.
Apesar do clima de festa, a atividade foi marcada pelas discussões que
dominam o cenário político e sindical brasileiro. O engenheiro Paulo
Tromboni de Souza Nascimento, presidente do SEESP na gestão 1998-2001, que
entregava o cargo ao sucessor, lembrou a necessidade de se retomar um
projeto nacional de desenvolvimento. “É preciso enfatizar políticas
setoriais que conjuguem regulação dos mercados, participação direta do
Estado, substituição de importações, exportações e restrição aos
fluxos financeiros”, afirmou.
Em seu discurso de posse, o novo presidente, Murilo Campos, ressaltou o
salto tecnológico observado nos meios de comunicação de massa e suas
conseqüências. “Dessa conjunção da tecnologia e do saber, nasceu o
significado de mundo real e virtual, concretizando assim o conceito de
globalização, que traz como subproduto o rolo compressor dos países
ricos, que participam dos processos de desnacionalização ou privatização
de economias frágeis, como Brasil e Argentina.” Enquanto isso, lembrou
ele, agravam-se as demandas sociais internas que não têm recebido
respostas. “O País não avançou e a população cobra do Governo
resultados concretos nas políticas sociais, que gerem empregos, renda,
assistência à saúde, educação, redução dos bolsões de pobreza e
igualdade social. Teremos que refletir qual equação deverá reger o
futuro.” Quanto ao SEESP, afirmou: “Nenhum de nós poderá conceber um
futuro promissor à entidade se não formos capazes de perceber e
interpretar o cenário mundial e nacional. Um sindicato moderno deve se
antecipar aos acontecimentos e conquistar uma posição de vanguarda, para
fazer parte da história.”
Representando o governador Geraldo Alckmin, o secretário dos Transportes
Metropolitanos, Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes, disse esperar que os
engenheiros “sejam cúmplices das ações executadas pelo Governo e lutem
para que as carências sociais se dissolvam”. Também prestigiando o
evento, o ministro da Saúde, José Serra, ressaltou as convergências com a
categoria, marcando sua posição “contra a privatização indiscriminada
dos serviços de saneamento básico”, o que vem sendo bandeira de luta do
SEESP. O secretário Municipal da Habitação, Paulo Teixeira, que
representou a prefeita da Capital, Marta Suplicy, lembrou as ações da
entidade em defesa da Cesp Paraná, que culminaram com a suspensão do seu
leilão de venda, já adiado duas vezes.
Representatividade
Até pela sua atuação em defesa do interesse público nacional, o
presidente da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), Jorge Gomes,
classificou o SEESP como um dos sindicatos mais ativos do País. “Minha
expectativa é que essa diretoria dê continuidade ao trabalho que vem sendo
feito e promova integração às demais entidades da Engenharia.” Wilson
Lang, presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia), por sua vez, estabeleceu “um compromisso de condições de
trabalho em parceria com o SEESP”. Para o presidente do Crea-SP, José
Eduardo de Paula Alonso, a integração será fundamental para o avanço do
País. “Não tenho dúvida, com essa organização que ora se inicia no
SEESP, teremos condições de construir um país mais justo.” Também
propondo a parceria com o Sindicato, o presidente da CGT, Antonio Carlos dos
Reis, o Salim, conclamou todos a unirem-se numa cruzada nacionalista em
defesa dos interesses da classe trabalhadora. Afirmando estar certo que CUT
e SEESP teriam muitas lutas conjuntas, o presidente da central, João
Antônio Felício, lembrou que o Sindicato dos Engenheiros “tem uma
concepção de prática sindical que se coloca ao lado do povo”. E
concluiu: “Não há sectarismo nesse Sindicato, o Brasil está
representado aqui hoje.”
Comprovando
as palavras de Felício, participaram ainda da solenidade de posse o
secretário Estadual de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras, Antônio
Carlos de Mendes Thame; os deputados federais Marcos Cintra Cavalcanti de
Albuquerque e Arnaldo Faria de Sá; estaduais Nivaldo Santana e Jamil Murad;
os vereadores paulistanos Eliseu Gabriel e Ana Martins e de Araras, Benedito
Aparecido Bordini; Mauro Bocatelli Júnior, coordenador da Assessoria
Técnica aos Municípios, representando o secretário de Estado dos
Negócios de Esportes e Turismo; Agamenon Sérgio Lucas Dantas, diretor do
Departamento de Ciência e Tecnologia, representando o secretário de Estado
da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico; os presidentes da CNPL
(Confederação Nacional dos Profissionais Liberais), Luis Eduardo Gautério
Gallo, e do Instituto de Engenharia, Antônio Hélio Guerra Vieira.
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