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     Aparentemente, O governo federal decidiu finalmente investir em pesquisa e desenvolvimento
    tecnológico, por intermédio da criação de novos fundos setoriais, os
    quais têm como objetivo principal custear pesquisas de processos ou
    produtos inovadores, inclusive aqueles de alto risco tecnológico.
    
     
     
    Lei a ser enviada ao Congresso Nacional em breve regulamenta esses fundos e
    deverá privilegiar, inicialmente, áreas estratégicas como agronegócios,
    saúde, aeronáutica e biotecnologia, que a curto prazo permitirão aumentar
    a competitividade brasileira disponibilizando produtos de exportação com
    alta tecnologia e inserindo, possivelmente, o país no ranking
    internacional dos países geradores de propriedade intelectual. 
     
    O projeto da Lei de Inovações será submetido primeiramente a um período
    de consulta pública e seu texto na íntegra já pode ser consultado e
    receber sugestões no sítio www.mct.gov.br. É esperado que a lei esteja
    aprovada no primeiro semestre de 2002, e os recursos orçamentários já
    previstos para os fundos setoriais chegam a R$1,8 bilhão. A lei tem também
    o mérito de permitir que funcionários públicos pesquisadores sejam
    contratados sem concurso público, transferidos ou licenciados para
    trabalhar ou constituir EBTs (Empresas de Base Tecnológica) de
    desenvolvimento de produtos inovadores. 
     
    É possível que haja alguma resistência proveniente de alguns setores,
    pois essa proposta dista radicalmente dos padrões atuais de financiamento
    à pesquisa, pois a Lei de Inovações pretende autorizar a aplicação de
    recursos públicos através de empresas privadas, as denominadas EBTs. Dessa
    forma, instituições públicas federais poderão fazer encomendas tecnológicas
    às EBTs, patentear os produtos desenvolvidos, comercializá-los ou mesmo
    receber royalties por
    licenciamentos. Essas empresas terão prioridade em financiamentos do BNDES
    (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e junto à Finep
    (Financiadora de Estudos e Projetos). Considerando que o assunto é novo, e
    que em torno dele deverá haver intensas discussões, mesmo porque não se
    conhecem todos os pormenores  do
    projeto de lei, é importante que o SEESP acompanhe esse processo, pois,
    dentro das universidades e dos institutos de pesquisas em São Paulo,
    existem muitos engenheiros que se dedicaram à pesquisa e estarão com a
    atenção voltada para os desdobramentos da lei. 
     
    Outro dado a considerar é que as EBTs vão se transformar em mais uma opção
    de emprego para engenheiros recém-formados, pois o campo de desenvolvimento
    tecnológico é extremamente convidativo para quem está entrando no
    mercado.
    
     
    Eng. Ercio Ignacio
    
     
    Assessor
    da Presidência do SEESP
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