ENGENHEIRO CELEBRA A VIDA EM PAISAGENS BRASILEIRAS

Formado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP, em 1942, Manlio Moretto atuou 35 anos na antiga Light e outros 18 na Cesp. Especialista em Hidrologia,  percorreu o País a trabalho. Aposentou-se em 1995, mas continua associado ao SEESP e em plena atividade como artista plástico.

Paulistano, descendente de italianos, Moretto está há três anos em Campinas, onde tem seu ateliê, carinhosamente batizado de  Officina D´Arte La Pattumiera”, ou “A lixeira”. Fazendo jus ao nome, além de centenas de telas, desenhos e croquis, o espaço no fundo da casa onde mora com uma das filhas acomoda caixinhas de papelão, latas vazias e o que mais o artista encontrar pela rua e julgar interessante.

Amante da pintura desde criança, com a aposentadoria encontrou mais tempo para se dedicar à técnica do óleo, mas o engenheiro passou a vida desenhando as paisagens brasileiras. “Nunca estudei, mas ia a campo com o artista plástico Edgard Oehlmeyer, meu grande amigo que me iniciou na pintura, deu-me a primeira palheta”, conta Moretto. “Viajei por 15 estados e acumulei 1.500 croquis.” Além dos lugares visitados, os desenhos aquarelados e as pinturas retratam também os imaginados. “São as paisagens de Morettópolis”, brinca. Antes de Oehlmeyer, ele contou com outro mestre fundamental. “Aprendi a desenhar na escola de engenharia com o Prestes Maia. Só é possível fazer paisagem conhecendo perspectiva”, garante.

Apaixonado por pintura, desenho e arte sacra (uma coleção de quase cem imagens de santos divide o espaço do seu quarto com os retratos dos pais e da esposa falecida), Moretto mantém o bom humor aos 85 anos. A única queixa refere-se à dificuldade para expor e vender sua obra em Campinas. Atualmente, manda os trabalhos apenas para a mostra anual da Sociarte (Sociedade dos Amigos da Arte de São Paulo), na Capital.

Se a produção não pode ser vista com freqüência por aí, ao menos está registrada no livro “Manlio Moretto”, de Fernando Figueirinhas, lançado em 1999 pela Arte & Ciência, que integra o Projeto Abertura. Além da biografia do autor e informações artísticas, a publicação tem dezenas de belas reproduções.

Informações sobre o livro “Manlio Moretto”, 
de Fernando Figueirinhas: http://www.arteciencia.com.br/julhoagosto2001/manlio.htm.

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