PROFISSIONAL MIGRA DA ENGENHARIA À EDUCAÇÃO

Na década de 70, um emprego estável na indústria automotiva no País era o sonho de muitos engenheiros mecânicos recém-formados. Geraldo de Oliveira Suzigan conseguiu o invejado estágio na General Motors do Brasil, no desenvolvimento de produtos, em 1972, logo após graduar-se na área pela Unicamp. Porém, abandonou a carreira ascendente em 1980 para, em conjunto com os integrantes da banda Zimbo Trio, se dedicar a um projeto de educação musical.

Em 1996, com quase 50 livros publicados sobre o tema, sua vida profissional seguiu novamente outros rumos. Hoje, Suzigan é diretor técnico da Fundação Victor Civita, mantida pelo grupo Abril, e editor executivo da revista “Nova Escola”. Direcionada especialmente a professores do ensino fundamental – 2 milhões em todo o País –, a publicação mensal, de acordo com ele, tem a maior tiragem entre os veículos de comunicação com essa periodicidade no Brasil – 700 mil exemplares.
 

Processo natural
Não foi o desencanto pela engenharia que levou-o a migrar para a arte e a educação. Suzigan garante que as situações surgiram naturalmente. Obviamente, ele fez sua parte. Graduou-se em música pela USP ainda nos anos 70 e realizou posteriormente diversos cursos de especialização, incluindo pós-graduações em educação (PUC-SP) e administração do terceiro setor (FGV). A época e a base familiar exerceram influência na sua obstinação em diversificar e incrementar conhecimentos. “Sou filho de professores e fundo de tacho de uma geração que tentava mudar o mundo. Foi um momento em que houve o movimento hippie, aconteceu muita coisa e não dava para ficar fechado em uma só”, avalia.

Na análise do diretor da Fundação Victor Civita, sua formação eclética vai ao encontro das exigências no mercado de trabalho atual, quando se procura um profissional polivalente. “Eu poderia ter me aposentado na GM, mas hoje não há mais essa segurança de se entrar numa empresa e ficar pelo resto da vida. É preciso ter conhecimento técnico, competência, habilidade, delicadeza, sutileza, e a formação em humanas e exatas constrói um cidadão assim.” Enquadrado nesse nicho e utilizando tais recursos em sua rotina de trabalho, ele acredita que teve a sorte de começar antes.
 

Dia-a-dia
Segundo Suzigan, o conhecimento adquirido principalmente durante sua atuação como engenheiro foi muito importante e está presente em seu dia-a-dia. Conforme sentencia ele, para exercer as funções de diretor técnico e editor executivo, é preciso ser bom não apenas no trato com as palavras, mas também com os números.

Entre as suas atribuições, que exigem sensibilidade e raciocínio lógico, está a organização da megafesta do “Prêmio Fundação Victor Civita Professor Nota 10”, realizada anualmente no mês de outubro, e a administração da revista “Nova Escola”, conforme Suzigan, importante contribuição à educação no País. “Na maior parte das vezes, é a única fonte de informação aos professores, que são os construtores de uma Nação.” O diretor acredita que uma forma de o cidadão comum colaborar para a melhoria do ensino é doar assinatura da publicação a um professor, que pode ser inclusive indicado pela redação da “Nova Escola”.

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