Lula
prega unidade e responsabilidade a sindicalistas |
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Em seu encontro com o movimento sindical, realizado no
dia 26 de novembro, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva mandou
uma mensagem clara aos mais de 600 representantes dos trabalhadores que
lotaram o auditório do Hotel Hilton, na Capital.
Num discurso de pouco mais de uma hora, ele agradeceu
o apoio recebido para a eleição e cobrou participação na condução das
reformas propostas ao País. “Vocês têm que ter a compreensão de que o desafio
que está colocado para mim é para vocês também. Vão ser chamados à
responsabilidade, vão ter que dizer como e porque fazer”, afirmou Lula.
Para ele, é preciso priorizar agora as reformas mais urgentes, como a
tributária, e os projetos emergenciais, como o combate à fome. “Isso é
o principal, porque sem comer nada mais é possível. Nós somos a parte
organizada da sociedade e que precisa ter responsabilidade de ajudar a
organizar a outra. Muito mais revolucionário que pedir 5% de aumento é a
gente estender a mão a milhões que não têm nada.” Lula aproveitou a oportunidade para
reafirmar a disposição de negociar as questões pertinentes aos
trabalhadores. “Não tenho pretensão de decretar ou definir a toque de
caixa qual modelo sindical queremos para o Brasil. Eu quero ver se chegamos
a uma verdade construída, de preferência num debate democrático e
sadio.”
O senador eleito Aloísio Mercadante também criticou
o tom de embate que marcou muitas manifestações de alguns dos presidentes
de centrais e confederações, presentes ao evento. “Temos agora uma
chance de construir a unidade do movimento
sindical, o que não é tarefa fácil nem rápida, mas temos que buscar a
convergência possível. O movimento sindical não tem o direito de se
dividir em um momento como esse.” Recado no mesmo sentido já havia sido dado pelo
secretário sindical do PT, Heiguiberto Navarro, o Guiba, na abertura do
evento. “Vamos deixar nossas vaidades de lado e pensar no País”,
afirmou. No encontro, ele lançou a proposta de que o movimento
sindical como um todo apresente ao futuro presidente suas propostas para
Previdência Social, Geração de Emprego e Renda e Organização Sindical.
Para dar andamento à iniciativa, está marcada para o dia 10 de dezembro,
também na Capital, nova reunião entre as lideranças sindicais, em que
devem ter início as discussões para criação de um Fórum Nacional dos
Trabalhadores. Presente à reunião, o presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos
Pinheiro, classificou o evento como histórico mundialmente. “A atitude de
Lula foi inédita e extremamente democrática, deixando clara a disposição
de ouvir o movimento sindical. Também foi muito importante a demonstração
de que sua preocupação é com as coisas realmente sérias, como o combate
à fome, e não com as não-prioritárias e sem consenso”, afirmou. |
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