Diálogo Seminário
abre campanhas salariais 2004 |
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Lourdes
Silva |
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O
SEESP realizou, em 6 de abril, o Seminário Campanha Salarial 2004, reunindo
dirigentes sindicais e profissionais de recursos humanos de empresas com as
quais negocia. O
objetivo do evento, que marca o início das negociações visando os acordos e
convenções coletivas, ressaltou Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do
sindicato, é “nos aproximar mais das empresas e contribuir”.
O assessor sindical João
Guilherme Vargas Netto destacou a importância do encontro como mecanismo capaz
de mediar o conflito inerente à relação entre patrões e empregados. O
especialista salientou também que, tendo em vista a estagnação econômica e
as baixas taxas inflacionárias, os trabalhadores devem buscar a recomposição
de sua renda, contraída em 2003, por outros meios, entre eles a PLR (Participação
nos Lucros e Resultados), para a qual é preciso encontrar a fórmula adequada
para evitar distorções. “Em uma empresa complexa, com estrutura hierárquica
de enquadramento e de produção, uma política linear de pagamento seria
elemento deformador das próprias relações que essa quer ajudar a
construir”, alertou. A dificuldade, segundo ele, demanda que se formule uma
teoria de PLR para “ajudar o conjunto do movimento sindical e o das empresas a
entender esse fenômeno e avançar nessa política”. A tese ganhou apoio do
vice-presidente da Federação do Comércio, Manuel Henrique Faria Ramos, para
quem “é muito difícil criar uma regra geral para empresas completamente
diferentes, mesmo sendo do mesmo ramo”. A
sugestão justifica-se ainda pela crescente importância da remuneração variável
nas companhias. Segundo Célia Maria Dutra, superintendente de recursos humanos
da Comgás, o mecanismo “dá flexibilidade na negociação para reconhecer o
momento melhor, estabelecer metas e poder remunerar em função dos
resultados”. Antonio Fernando Ramires Branquinho, superintendente
administrativo de recursos humanos da Telefônica, também defendeu o programa
de participação da empresa, que em 2003 rendeu aos trabalhadores “acima de
2.6 remunerações”. “Isso é possível através do envolvimento das pessoas
e de uma equipe de gestores treinada e competente.”
Expectativas Discurso
menos animado foi o dos representantes das empresas estatais, que dependem da
Comissão de Política Salarial do Governo. “Isso nos restringe a aguardar
diretrizes para iniciar o processo”, declarou Orivaldo Marcuzzo, gerente de RH
da CTEEP. Ademir Hugo Uliani, assistente executivo da gerência de recursos
humanos da Companhia do Metropolitano de São Paulo, disse estar esperançoso de
que seja possível “cruzar mais essa negociação com sucesso e firmar
acordo”. Segundo Walter Sigolo, superintendente de recursos humanos da Sabesp,
estão sendo avaliados a pauta de reivindicações e os gastos para ver “de
que maneira será tratada essa questão”. “Talvez seja o momento de
refletirmos mais sobre o desenvolvimento e educação das pessoas”, ponderou. |
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