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08/03/2017

Exposição “Elas: expressões de matemáticas brasileiras” em São Carlos

Cada peça traz uma personalidade. Em cada personalidade, está um pouco da história da matemática no Brasil. Encorajar as mulheres interessadas em atuar nesse campo de pesquisa é o objetivo da exposição "Elas: expressões de matemáticas brasileiras". Inaugurada nesta quarta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a exposição é gratuita e fica em cartaz até dia 31 deste mês na biblioteca Achille Bassi do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos. 

“Esperamos que, em pouco tempo, atitudes como as das mulheres que fazem parte dessa exposição sirvam para promover oportunidades e tratamento iguais para as mulheres na ciência”, diz Thaís Jordão, professora do ICMC e curadora da exposição. Entre os perfis apresentados nos painéis estão os de três ganhadoras do prêmio Para Mulheres na Ciência: Adriana Neumann, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Cecília Salgado, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e Carolina de Araújo, professora do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Completam a exposição peças com os relatos das professoras Maria José Pacífico e Walcy Santos, ambas da UFRJ; Keti Tenenblat, da Universidade de Brasilia (UnB); Ketty de Rezende, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e Maria Aparecida Ruas, do ICMC. Aposentada, esta última é professora sênior no instituto, onde começou a dar aulas em 1981. Ela foi a primeira mulher a chefiar o Departamento de Matemática.

Reprodução ICMC
“Apenas cerca de 10% da comunidade matemática brasileira é formada por mulheres.
Mudar este panorama é um dos nossos desafios”, diz a professora Maria Aparecida Ruas.
 
Segundo Maria Aparecida, a presença das mulheres na matemática ainda é pequena e seria interessante pensar de que maneira é possível aumentar a inserção feminina na área. “Muitas mulheres possuem aptidão em matemática e acabam não seguindo na área por diferentes motivos. Em qualquer segmento, seja na política, na ciência ou em empresas, se há equilíbrio de gênero, isso reflete melhor o que acontece na sociedade. Além disso, o equilíbrio traria uma maior diversidade de pensamentos”, analisa a professora (leia a entrevista completa).

Reprodução do ICMC
Carolina de Araújo, a única mulher que faz parte do corpo científico do Impa, vê a matemática como uma arte.
 
Cada peça da exposição tem como pano de fundo uma lista com os nomes de 500 matemáticas brasileiras. “Fizemos uma busca por currículos de profissionais de matemática cadastrados na plataforma Lattes, a qual gerou um total de 5.920 nomes. Desses, 500 eram de mulheres”, revela Thaís.
 
Segundo a curadora, o idealizador da iniciativa foi o professor Ali Tahzibi, do ICMC. Em visita ao Centre International de Rencontres Mathématiques (CIRM), localizado em Marseille, na França, ele viu a exposição Women of Mathematics throughout Europe. Inspirado nessa mostra, teve a ideia de fazer um projeto similar no Brasil e apresentou a proposta a Thaís. Coube a ela fazer o convite para que algumas matemáticas brasileiras compartilhassem seus perfis na exposição, que tem o apoio da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do instituto.
 
 
Comunicação SEESP
Reprodução editada de texto de Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
 
 
 
 
 
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